Investir em ações geralmente significa aceitar a volatilidade e a variação de preços associadas à renda variável. No entanto, alguns especialistas defendem que há ações que se assemelham a investimentos de renda fixa. Essa semelhança se deve, em grande parte, ao pagamento regular de dividendos, uma prática que pode proporcionar um fluxo de caixa constante aos investidores.
Essas ações, embora tenham características de previsibilidade, não são de fato renda fixa. Os dividendos não são pagos mensalmente e dependem diretamente do desempenho financeiro das empresas. Portanto, ainda que ofereçam um certo grau de previsibilidade, é essencial distinguir que sua rentabilidade não é garantida como em investimentos de renda fixa tradicionais.
Ações Estáveis: Como Elas Funcionam?
Mas como essas ações ditas ‘estáveis’ se comparam à taxa Selic? Atualmente elevada, a Selic apresenta um desafio às empresas que desejam oferecer dividendos lucrativos de forma constante. As ações, mesmo aquelas com pagamento regular de proventos, podem ter dificuldade para superar a Selic, que atualmente gira em torno de 11,25% ao ano.
No entanto, as ações possuem um potencial adicional significativo: a valorização no longo prazo. Portanto, enquanto dividendos podem não alcançar a rentabilidade imediata da Selic, o capital investido nessas ações pode se valorizar ao longo do tempo, oferecendo um retorno total mais competitivo.
Quais São as Ações que Mais Parecem Renda Fixa?
No universo das ações que proporcionam dividendos constantes, destacam-se empresas de setores como energia elétrica, seguradoras e bancos. Empresas nesse grupo frequentemente são elencadas pelos analistas como opções viáveis para quem busca estabilidade, com dividendos pagos de forma regular.
- Banco do Brasil (BBAS3)
- BB Seguridade (BBSE3)
- Bradesco (BBDC3, BBDC4)
- CPFL Energia (CPFL3)
- ISA CTEEP (TRPL4)
- Itaú (ITUB3, ITUB4)
- Porto Seguro (PSSA3)
- Taesa (TAEE3, TAE11, TAEE4)
Como Avaliar o Rendimento Destas Ações?
Um conceito chave ao investir em ações que pagam dividendos é o dividend yield, indicador que relaciona os dividendos pagos pela empresa ao preço da ação. Esse índice permite ao investidor avaliar a rentabilidade dos dividendos comparada ao preço pago pelas ações.
Para calculá-lo, soma-se os dividendos por ação pagos nos últimos 12 meses e divide-se pelo preço de compra da ação. Assim, comprando ações em um momento de baixa, o investidor pode potencializar o retorno dos dividendos em relação ao valor investido, enquanto pagar por ações já valorizadas pode resultar em rendimento menor.
Investimento a Longo Prazo: Vale a Pena?
Embora ações com pagamentos regulares de dividendos não garantam a mesma segurança da renda fixa tradicional, a combinação de dividendos e potencial de valorização do capital fazem dessas ações uma opção atrativa para investidores com objetivos de longo prazo. Ao priorizar empresas estáveis e com histórico comprovado de pagamentos, o investidor pode construir uma carteira que não apenas forneça rendimentos constantes, mas também se beneficie de uma valorização significativa no decorrer do tempo.