Nas últimas semanas, diversas regiões do país sofreram com focos de queimadas. O cenário não é novo, já que nesta época do ano, devido à escassez das chuvas, esse fenômeno é muito comum. Entretanto, em especial neste ano, além do tempo seco e da baixa umidade do ar, os focos de incêndio aumentaram e a fumaça resultante dificulta a atividade respiratória.
A fumaça gerada por queimadas é um coquetel de poluentes que representa um sério risco à saúde humana. Essa fumaça contém uma mistura complexa de partículas finas, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis, que podem causar uma variedade de problemas de saúde, tanto a curto quanto a longo prazo.
Por que as queimadas se intensificam nesta época do ano?
Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil teve registro de mais de 154 mil focos de calor no mês de setembro. Este aumento pode ser atribuído à combinação de condições climáticas desfavoráveis, como a seca prolongada e as altas temperaturas.
Além disso, práticas agrícolas e atividades humanas que utilizam o fogo como método de limpeza de terreno também contribuem significativamente para a proliferação dos incêndios. Este aumento não só ameaça a vegetação e a fauna local, mas também gera poluição atmosférica que prejudica a saúde humana.
Como a fumaça pode afetar a saúde?
Impactos à saúde a curto prazo:
- Problemas respiratórios: Irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse persistente, dificuldade para respirar,exacerbação de asma e bronquite, e até mesmo pneumonia.
- Doenças cardiovasculares: Aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas e maior risco de ataques cardíacos,especialmente em pessoas com doenças preexistentes.
- Alergias e irritações: A fumaça pode desencadear ou agravar alergias, causando coceira nos olhos, erupções cutâneas e problemas respiratórios.
Impactos à saúde a longo prazo:
- Doenças respiratórias crônicas: A exposição prolongada à fumaça pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas, como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e enfisema.
- Câncer: Diversos estudos associam a exposição à fumaça de queimadas a um maior risco de desenvolver câncer de pulmão e outros tipos de câncer.
- Doenças cardiovasculares: A exposição crônica à poluição do ar, incluindo a fumaça de queimadas, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose e insuficiência cardíaca.
- Efeitos no desenvolvimento infantil: Crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos da poluição do ar, que podem afetar o desenvolvimento pulmonar e aumentar o risco de infecções respiratórias.
Quais são os sintomas mais comuns causados pelo contato com a fumaça?
Entre os sintomas mais comuns causados pelo contato com o material particulado da fumaça estão ardência nas narinas e na garganta, dor de cabeça e tosse persistente. Esses efeitos são ainda piores em pacientes que já apresentam alguma comorbidade, como asma e hipertensão.
Os principais acometidos por problemas e doenças respiratórias são crianças, por apresentarem seu sistema imunológico em desenvolvimento, e idosos. Para esses grupos, é essencial a atenção redobrada aos sintomas respiratórios e possíveis complicações de saúde. O indicado nesses casos é procurar atendimento médico o quanto antes para diagnóstico e medicação corretos.
Que medidas podemos tomar para nos proteger da fumaça?
Existem algumas medidas simples que podem ajudar a minimizar os riscos à saúde durante períodos de alta poluição atmosférica causada por fumaça de queimadas. Aqui estão algumas recomendações:
- Evite atividades físicas intensas ao ar livre, especialmente nos horários de pico de poluição.
- Mantenha as janelas e portas fechadas para evitar a entrada de fumaça em ambientes fechados.
- Utilize máscaras faciais para filtrar as partículas suspensas no ar.
- Mantenha-se hidratado, bebendo bastante água para ajudar a eliminar as toxinas do corpo.
- Use umidificadores de ar em casa para manter a umidade e reduzir o desconforto respiratório.
O que podemos fazer para minimizar as queimadas e seus efeitos?
Para combater esse problema de forma eficaz, é necessário um esforço conjunto entre o governo, as comunidades e os indivíduos. Aqui estão algumas ações que podem ser tomadas:
- Políticas públicas: Implementação de políticas rigorosas para prevenir queimadas, incluindo a monitorização e a punição de práticas agrícolas ilegais.
- Educação ambiental: Campanhas educativas para conscientizar a população sobre os processos corretos de manejo do solo e a importância de preservar o meio ambiente.
- Reflorestamento: Investimento em projetos de reflorestamento para aumentar a cobertura vegetal e ajudar a equilibrar o ecossistema.
Enfrentar os desafios causados pelas queimadas e pela fumaça envolve ações de curto e longo prazo. Ao tomarmos medidas preventivas e reagirmos rapidamente aos focos de incêndio, podemos proteger tanto a nossa saúde quanto o meio ambiente.
Para mais informações:
- Programa Queimadas do INPE: https://terrabrasilis.dpi.inpe.br/queimadas/portal/
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