Na manhã da última segunda-feira, 23, por volta das 7h30 da manhã, um garoto de 16 anos entrou em uma escola estadual na Sapopemba, zona leste de São Paulo, e atirou contra os estudantes. Uma aluna morreu e outros três ficaram feridos.
Este não é mais um caso isolado, só em 2023 foram registrados outros oito ataques em escolas brasileiras, o maior número registrado em 20 anos. A maioria deles têm duas características em comum: atiradores jovens e ligados à grupos extremistas na internet.
A internet tornou-se uma ferramenta poderosa para disseminar ideologias extremistas e propagar discursos de ódio. Grupos extremistas, tanto nacionais quanto internacionais, usam plataformas online para recrutar seguidores, disseminar propaganda radical e incitar a violência. Jovens vulneráveis, muitas vezes em busca de identidade ou pertencimento, podem ser atraídos por essas ideologias extremistas e induzidos a cometer atos de violência.
Em entrevista ao “Papo do Futuro” feito pela Câmera dos Deputados, a professora Marcella Abboud analisa o discurso dos integrantes dos grupos reforçando que a fala deles se direciona para o ataque que gera uma desordem específica.
Afirma ainda que os atiradores se transformam em heróis da violência: “Tem o lugar da cópia, desde Columbine (2), o espaço são as escolas e como esses meninos funcionam muito na ideia de memes e de um suposto “herói da violência”. Eles vão reproduzir que é a questão da escola”.
Para ajudar na investigação do caso de Sapopemba, o ministro Flávio Dino disponibilizou uma equipe especializada em crimes cibernéticos que irá confirmar se o ataque está ligado às comunidades virtuais.