O índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE), principal indicador de inflação acompanhado pelo Federal Reserve, registrou alta de 0,2% em outubro, conforme divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). Na base anual, o índice alcançou 2,3%, afastando-se da meta de 2% perseguida pela autoridade monetária.
O resultado veio em linha com as expectativas do mercado, que projetavam as mesmas variações tanto na base mensal quanto na anual.
Núcleo do PCE reforça cautela do Federal Reserve
Ao excluir componentes mais voláteis, como alimentos e energia, o núcleo do PCE apresentou alta de 0,3% em outubro e 2,8% no acumulado de 12 meses. Esse indicador é considerado um termômetro mais preciso da inflação subjacente e serve como referência-chave para o Federal Reserve em suas decisões sobre política monetária.
Os dados mostram uma leve aceleração em relação ao mês anterior, quando o núcleo avançou 0,3% no mês e 2,7% na base anual. Apesar de estar acima da meta de longo prazo, o controle da inflação sugere que as altas recentes nos juros podem estar surtindo efeito.
Inflação nos EUA: Gastos e renda pessoal superam expectativas
Os dados de outubro também revelaram crescimento de 0,4% nos gastos com consumo, superando as expectativas de 0,3%. Além disso, a renda pessoal dos americanos subiu 0,6% no período, o dobro do projetado.
Esses números indicam que a economia americana permanece resiliente, impulsionada pelo aumento da renda e pela confiança do consumidor, fatores que sustentam o consumo em meio a juros altos.
O que esperar da próxima reunião do Federal Reserve?
Com o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) prestes a se reunir na próxima semana, os números divulgados elevam a importância do debate sobre os próximos passos da política monetária. A análise do BTG Pactual aponta que os dados podem ser interpretados como elevados, potencialmente impactando as projeções de inflação que serão revisadas em dezembro.
O mercado segue atento aos desdobramentos, enquanto investidores avaliam se a inflação controlada será suficiente para justificar uma pausa nos ajustes das taxas de juros.
