Os estudantes universitários dos Estados Unidos estão mais estressados do que nunca, de acordo com um novo relatório. Esse estudo revelou um aumento acentuado nos casos de transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de estresse agudo em todo o país.

O que revelou o estudo?
Realizado na Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, o estudo se concentrou no período de 2017 a 2022. Os pesquisadores classificaram esse período como “um tempo marcado por crescentes fatores de estresse social e crises de saúde globais.”
Os pesquisadores analisaram dados do estudo em andamento Healthy Minds, que acompanha a saúde mental de mais de 392 mil estudantes em 332 faculdades e universidades nos Estados Unidos. Cerca de 58% dos alunos analisados eram do sexo feminino.
Quais são os sintomas e impactos do Transtorno de Estresse Pós-Traumático?
Os dados mostraram que, durante o período do estudo, 19.349 (4,9%) dos estudantes foram diagnosticados com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), enquanto 1.814 (0,5%) receberam diagnóstico de transtorno de estresse agudo. As taxas de TEPT aumentaram de 3,4% dos participantes em 2017-2018 para 7,5% em 2021-2022, e os transtornos de estresse agudo aumentaram de 0,2% para 0,7% no mesmo período.
O que pode estar por trás desse aumento no estresse?
Embora o estudo não tenha sido projetado para detectar os principais impulsionadores dessas tendências, os pesquisadores destacaram os crescentes desafios de saúde mental entre os estudantes universitários. Isso é consistente com pesquisas recentes que relatam um aumento nos diagnósticos psiquiátricos.
- Pressão acadêmica: A competição acirrada por boas notas, a busca por estágios e a pressão para se destacar em um mercado de trabalho cada vez mais exigente podem gerar um estresse significativo.
- Saúde mental: A pandemia da COVID-19 intensificou problemas de saúde mental preexistentes e gerou novos desafios, como isolamento social e incerteza sobre o futuro.
- Questões financeiras: O aumento das mensalidades, a dificuldade em encontrar empregos e a dívida estudantil são fatores que contribuem para o estresse financeiro e emocional dos estudantes.
- Questões sociais e políticas: Eventos como eleições, movimentos sociais e questões de justiça social podem gerar ansiedade e estresse nos estudantes, especialmente aqueles que se identificam com grupos minoritários.
Consequências do alto nível de estresse:
- Dificuldade de aprendizado: O estresse pode prejudicar a concentração, a memória e a capacidade de tomar decisões, afetando o desempenho acadêmico.
- Problemas de saúde física: O estresse crônico pode levar a problemas de saúde como insônia, dores de cabeça,problemas gastrointestinais e um sistema imunológico enfraquecido.
- Problemas de saúde mental: O estresse pode desencadear ou agravar problemas de saúde mental como ansiedade,depressão e transtorno do pânico.
- Uso de substâncias: Alguns estudantes podem buscar alívio para o estresse através do uso de álcool, drogas ou outras substâncias.
Como os fatores externos contribuem para o estresse universitário?
Pesquisadores especulam que as perdas relacionadas à pandemia, como a morte de entes queridos, tiroteios no campus e o trauma racial dentro e fora do campus, poderiam ser fatores contribuintes para esse aumento no estresse.
O panorama pintado por essa pesquisa é preocupante e destaca a necessidade urgente de medidas efetivas para lidar com a crise de saúde mental nas universidades. A saúde mental dos estudantes deve ser uma prioridade, pois afeta não apenas seu desempenho acadêmico, mas também sua qualidade de vida e bem-estar geral.
Fontes:
- JAMA Network Open: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2819206
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