A chamada “revisão da vida toda” dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) perdeu. O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou recursos contra o julgamento de dois recursos, o que, na prática, inviabilizou a possibilidade de correção. O julgamento virtual do caso começou na semana passada e foi finalizado nesta sexta-feira (dia 27).
Sete ministros votaram contra os recursos, o que significou uma derrota para os aposentados: Kassio Nunes Marques (relator), Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. O ministro Alexandre de Moraes abriu uma divergência e votou a favor dos recursos.
Como foi a votação no STF?
Os votos favoráveis aos aposentados foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Edson Fachin e André Mendonça. Esses recursos foram analisados no plenário virtual, marcando uma luta contínua dos segurados por melhores condições.
O que decidiu o STF sobre a revisão da vida toda?
O STF decidiu que os segurados não podem escolher o regime mais benéfico para sua aposentadoria do INSS. Isso impactou a decisão sobre a “revisão da vida toda”, que era discutida em outra ação e já tinha sido aprovada pela Corte. Isso trouxe claras implicações para muitos aposentados que esperavam por um ajuste significativo em suas aposentadorias.
Qual foi o argumento das organizações?
O Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) apresentaram embargos de declaração, recursos utilizados para esclarecer pontos do julgamento. As organizações alegavam que o julgamento da “revisão da vida toda” não havia sido levado em consideração.
Entenda a discussão
Em 2022, o plenário do STF havia decidido que o mecanismo da “revisão da vida toda” era constitucional. Isso significa que todas as contribuições previdenciárias feitas ao INSS pelos trabalhadores no período anterior a julho de 1994 poderiam ser consideradas no cálculo das aposentadorias, o que poderia aumentar os rendimentos de parte dos aposentados. Entretanto, a decisão não entrou em vigor porque havia um recurso pendente, apresentado pelo governo federal.
Em março deste ano, antes de analisarem esse recurso do governo federal, o STF decidiu julgar outras duas ações que questionam alterações no sistema previdenciário promovidas por uma lei de 1999, que implantou a reforma da Previdência do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao analisar essas ações antigas, os ministros aprovaram uma tese que estabelece que o segurado não pode optar pela regra mais favorável. Por maioria, o tribunal entendeu que os segurados não têm direito de opção, mesmo que a regra seja mais benéfica a ele. A decisão era exatamente oposta à “revisão da vida toda”.
Com isso, a “revisão da vida toda” ficou prejudicada, já que os segurados poderão seguir apenas as regras do fator previdenciário, sem direito à escolha. Faltava, entretanto, julgar os recursos do Ieprev e da CNTM, o que ocorreu agora, com derrota definitiva para os aposentados.
Impacto para os Segurados
Esta decisão do STF encerra um longo debate sobre os direitos dos aposentados. A “revisão da vida toda” era vista por muitos como um meio para corrigir disparidades históricas nos cálculos das aposentadorias. Agora, sem a possibilidade de escolha, muitos aposentados terão que aceitar os valores atuais de seus benefícios.
A decisão também gera um precedente para futuros questionamentos sobre os direitos dos segurados do INSS, limitando as possibilidades de ajustes favoráveis. É um momento desafiador para muitos que contavam com um aumento significativo em seus rendimentos.
O que vem a seguir para os aposentados?
Com a decisão final do STF, os aposentados terão que se adaptar às regras atuais do INSS. Enquanto muitos sentem a derrota, é importante que busquem orientação jurídica para entender suas opções e direitos dentro do atual sistema previdenciário.
A decisão destaca a importância de estar bem informado e preparado para mudanças no sistema previdenciário, algo que pode afetar a vida de milhões de brasileiros. A busca por entender e, se possível, influenciar futuras mudanças legislativas ou judiciais continua sendo crucial para os segurados.