A decisão judicial assinada pelo juiz Diego Câmara, nesta segunda-feira (9), tem gerado um rebuliço nos bastidores da política brasileira. A Advocacia Geral da União (AGU) já se pronunciou afirmando que irá recorrer. A polêmica começou no início do mandato de 2023, quando o presidente Lula fez uma acusação sem apresentar provas de que os ex-ocupantes do Palácio da Alvorada tinham “levado tudo”. Diversos móveis mencionados aparecem novamente no fim do ano, exacerbando a controvérsia e trazendo novos desdobramentos.
No tribunal, o juiz destacou que “diante da comprovação de que os itens em referência sempre estiveram sob guarda da União durante todo o período indicado”, houve “dano à honra objetiva e subjetiva” do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Esta decisão abre um novo capítulo na troca de farpas entre os governos atuais e anteriores, e aponta para uma necessidade urgente de esclarecimentos.
Quais foram as acusações de Lula sobre os móveis do Alvorada?
No começo de janeiro de 2023, a primeira-dama, Janja, afirmou que o Palácio da Alvorada estava em condições deploráveis de conservação e que faltavam móveis “originais” do local. Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu descontentamento com a situação, mencionando que teve que iniciar seu mandato em um hotel em Brasília devido ao estado do palácio.
De acordo com Lula, móveis que ele conhecia de seus mandatos anteriores não estavam mais presentes no local. “Não sei por que fizeram isso. Não sei se eram coisas particulares do casal [Bolsonaro], mas levaram tudo. Então, a gente está fazendo a reparação porque aquilo é um patrimônio público. Tem que ser cuidado”, afirmou Lula em suas declarações.
Como Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro reagiram às acusações?
Após as afirmações de Lula e Janja, o ex-presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais para desmentir as alegações, afirmando que todos os móveis estavam no Palácio da Alvorada e que Lula fez uma falsa comunicação de furto. Michelle Bolsonaro também reagiu, afirmando que todos os móveis estavam em depósitos do Palácio da Alvorada, preservados durante todo o tempo.
- Em resposta à troca de acusações, a Casa Civil da Presidência declarou conclusões importantes.
- Concluídos os trabalhos da Comissão de Inventário Anual da Presidência da República, os 261 bens inicialmente não localizados foram, de fato, encontrados.
Onde estavam os móveis “desaparecidos”?
A Secretaria de Comunicação da Presidência informou que uma comissão de inventário fez a listagem dos bens e apresentou os seguintes detalhes:
- Em novembro de 2022, no início da conferência dos móveis, 261 itens não foram localizados.
- Uma nova conferência foi realizada no início de 2023, constatando a ausência de 83 itens.
- Em setembro de 2023, a comissão terminou o trabalho e localizou todos os bens em “dependências diversas da residência oficial”.
Essa resolução demonstra um esforço contínuo de transparência e responsabilidade na administração dos bens públicos. O g1 DF, inclusive, continua a acompanhar e informar os desdobramentos dessa história intrigante diretamente do Palácio da Alvorada.