As autoridades americanas prenderam, nesta terça-feira (4), na Flórida, Ricardo Rodrigues Gomes, mais conhecido como “Piloto”. Foragido desde 2021, ele era um dos principais operadores do esquema ilegal de criptomoedas comandado por Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”. A prisão foi realizada pela agência de segurança dos Estados Unidos, Homeland Security Investigations, em cooperação com a Polícia Federal brasileira.Segundo as investigações da Operação Kryptos, deflagrada em 2021, o esquema operava como uma pirâmide financeira, captando bilhões de reais com falsas promessas de investimentos em criptomoedas. Ao todo, estima-se que mais de R$ 38 bilhões tenham sido movimentados ilegalmente entre 2015 e 2021.
Esquema internacional e fuga para os EUA
Após o início das investigações, Piloto deixou o Brasil usando um passaporte falso e passou a atuar nos Estados Unidos, auxiliando a organização criminosa na intermediação de aquisições patrimoniais, constituição de empresas, movimentação de contas bancárias e compra de criptoativos. Ele também teria facilitado a obtenção de documentos migratórios para membros do esquema.
A atuação internacional do grupo levou à deflagração da quarta fase da Operação Kryptos, batizada de Flyer One, que investigou a expansão do esquema para fora do Brasil, atingindo investidores nos Estados Unidos e Portugal.
Desde agosto de 2022, Piloto era procurado internacionalmente e figurava na lista da Difusão Vermelha da Interpol, que reúne os criminosos mais procurados do mundo.
Operação Kryptos: próximos passos
Agora sob custódia nos Estados Unidos, Ricardo Rodrigues Gomes aguarda os trâmites para sua deportação ou extradição ao Brasil, onde poderá responder pelos crimes atribuídos a ele. Caso condenado, poderá pegar até 26 anos de prisão.
A Operação Kryptos continua em andamento, e as autoridades seguem investigando a movimentação financeira da organização, que se tornou um dos maiores esquemas de pirâmide financeira do Brasil.