A Mobly (MBLY3) comunicou na noite de terça-feira (4) que rejeitou a proposta de compra feita pela família Dubrule, fundadora da Tok&Stok. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia classificou a oferta como “inviável”, reforçando seu compromisso com a estratégia de negócios e a integração da Tok&Stok após a aquisição do controle da varejista.
A decisão reflete a posição de acionistas que, juntos, detêm 40,6% do capital social da Mobly e já sinalizaram não ter interesse em vender suas ações nos termos propostos. Caso a oferta se tornasse vinculante, eles também manifestaram a intenção de votar contra a exclusão da cláusula de Oferta Pública de Aquisição (OPA) Estatutária. Com isso, a família Dubrule não conseguiria atingir a participação mínima desejada de 85 milhões de ações (69,2% do capital total), tornando a proposta inviável.
Desconto expressivo no preço da oferta
A Mobly destacou que a proposta envolvia um deságio significativo sobre o valor de mercado e patrimonial da companhia. Segundo cálculos da empresa, o preço sugerido na potencial OPA representava:
- 51% abaixo da cotação de fechamento de 28 de fevereiro de 2025 (R$ 1,39);
- 53% abaixo da média dos últimos 30 pregões (R$ 1,44);
- 82% abaixo do valor patrimonial por ação em 30 de setembro de 2024 (R$ 3,87);
- 83% abaixo do valor patrimonial em 30 de junho de 2024 (R$ 4,08).
Além disso, a administração da Mobly enfatizou que não há planos de capitalização no momento, contrariando rumores que circularam no mercado.
Esclarecimentos da Mobly
Outro ponto destacado pela empresa é que a proposta foi enviada ao Conselho da Mobly e à imprensa simultaneamente, sem discussões prévias detalhadas. A empresa também apontou que termos essenciais, como a justificativa do preço por ação e o grande desconto proposto, foram abordados de forma especulativa na mídia, sem uma explicação formal na documentação enviada.
A Mobly ainda esclareceu que, para a oferta se tornar irrevogável e irretratável, seriam necessárias algumas condições, como:
- Aprovação dos debenturistas da Tok&Stok para a mudança de controle;
- Alteração no Estatuto Social da Mobly para retirar a cláusula de OPA em caso de aquisição de participação relevante acima de 20% do capital social.
Por fim, a família Dubrule indicou expressamente não se responsabilizar pelos termos da proposta, e os detalhes do edital da OPA poderiam ser alterados caso houvesse um lançamento oficial.
Com essa decisão, a Mobly reforça sua posição de manter o foco na integração da Tok&Stok e na sua estratégia de crescimento, enquanto a proposta dos fundadores da varejista segue sem perspectiva de avanço.