A possível fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) continua gerando debates no setor aéreo brasileiro. O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, manifestou ceticismo sobre a viabilidade da operação, destacando que a união das duas empresas pode não ser a solução ideal para seus desafios financeiros. Cadier argumentou que, embora o mercado brasileiro tenha margens operacionais saudáveis, o maior obstáculo das companhias aéreas não está na competição, mas sim no alto custo de financiamento de aeronaves.
“A preocupação não é só a fusão, mas a sustentabilidade financeira das companhias. O Cade terá que avaliar se a operação realmente fortaleceria o setor ou se criaria distorções competitivas”, pontuou Cadier.
- John Rodgerson, CEO da Azul, responde às críticas
O CEO da Azul, John Rodgerson, rebateu as preocupações levantadas pelo executivo da Latam e defendeu a fusão como um passo essencial para fortalecer a aviação brasileira. Em entrevista à BM&C News, Rodgerson destacou que a integração entre Azul e Gol ampliaria a conectividade aérea e traria benefícios diretos aos consumidores. Veja o vídeo aqui.
“O Brasil precisa de uma companhia aérea forte para competir globalmente. Países como Chile, Colômbia, Canadá, Alemanha e França têm empresas consolidadas, e essa fusão nos permitiria melhorar nossa eficiência, reduzir custos e oferecer mais voos internacionais”, afirmou Rodgerson.
Ele também minimizou os receios sobre concentração de mercado, ressaltando que apenas 10% das rotas da Azul e Gol se sobrepõem e que a operação permitiria conectar os mais de 100 destinos regionais atendidos exclusivamente pela Azul à malha da Gol.
Rodgerson ainda ressaltou que a fusão possibilitaria a captação de capital em melhores condições, ajudando a reduzir os custos da companhia e impulsionando seu crescimento. “O mercado brasileiro pode ter muito mais voos internacionais e mais cidades atendidas. A fusão vai permitir exatamente isso”, concluiu.
Governo brasileiro apoia fusão
O governo federal, por meio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, já demonstrou apoio à fusão entre Azul e Gol. O ministro afirmou que a operação poderia fortalecer o setor aéreo, evitar a falência de uma das empresas e garantir a manutenção dos empregos no setor.
A fusão tornaria a Azul-Gol a maior companhia aérea do Brasil, com cerca de 60% do mercado doméstico, superando a participação atual de 40% da Latam. O Cade e outros órgãos reguladores agora devem avaliar os impactos da operação para garantir que o equilíbrio da concorrência seja preservado.