O mercado tem reagido com preocupação à valorização do dólar, destacando incertezas fiscais e pressionando o governo para agir rapidamente. “O dólar está gritando para o governo que o ajuste fiscal é necessário e não pode ser adiado”, avaliou Vandyck Silveira, economista, durante o programa BM&C News.
Enquanto Estados Unidos, Europa e China reduzem suas taxas de juros, o Brasil mantém uma política de alta. A divergência evidencia que o principal desafio não é externo. Estudos sugerem que 80% da pressão sobre o dólar vem da incerteza fiscal doméstica. “A falta de clareza fiscal é a verdadeira origem da instabilidade”, reforçou o especialista no debate.
Metas Fiscais e Ano Eleitoral Criam Desafios para 2024 e 2026
Com o déficit primário próximo a 2,5% e o ano fiscal chegando ao fim, alcançar a meta de equilíbrio orçamentário em 2024 parece impossível. “A chance de atingir a meta é zero”, afirmou o Silveira. Ele destacou que, em 2026, ano eleitoral, o governo deve aumentar gastos, especialmente com o salário mínimo, sem lastro em produtividade, o que agrava o cenário fiscal.
A desaceleração da China, maior compradora de commodities brasileiras, e as políticas protecionistas dos Estados Unidos ameaçam setores como o da Embraer. “As relações comerciais do Brasil estão cada vez mais complicadas, especialmente com mudanças nas políticas dos EUA”, explicou Silveira.
Moeda Comum dos BRICS: Desafios e Realidade Econômica
A proposta de uma moeda comum entre os países do BRICS é vista com ceticismo. “Não faz sentido criar uma moeda entre economias que concorrem entre si em commodities”, pontuou economista, reforçando que a iniciativa é impulsionada por interesses geopolíticos da China. “Quem vai realizar transações comerciais em real ou em uma moeda artificialmente depreciada como o iuan?”, questionou.
O alinhamento do Brasil com a China e outros países do BRICS é visto como arriscado, dada a instabilidade dessas economias. “Estamos nos amarrando a economias frágeis, enquanto o mercado exige um ajuste fiscal imediato.” A falta de clareza fiscal pode continuar pressionando o dólar e, consequentemente, a inflação nos próximos anos.
















