No cenário atual de comércio global, as políticas protecionistas dos Estados Unidos, especialmente a proposta de aumento de tarifas sobre produtos chineses, têm gerado intensos debates sobre suas repercussões econômicas. Durante uma entrevista ao BM&C News, VanDyck Silveira discutiu as possíveis consequências dessas medidas para a inflação americana e as relações comerciais globais.
Impacto das Tarifas nos Produtos da China
VanDyck Silveira destacou que a proposta de Donald Trump de aumentar as tarifas sobre produtos chineses em 61% pode ter um impacto significativo na dinâmica da inflação americana. Segundo Silveira, “a China exporta deflação para o mundo”. Sendo assim, isso significa que os produtos chineses, geralmente mais baratos, ajudam a manter os preços baixos globalmente.
Comércio Internacional: Jogo de Soma Zero
Silveira explicou que o comércio internacional muitas vezes funciona como um jogo de soma zero, onde o ganho de um país pode significar a perda de outro. Ele afirmou que “o que você exportou, eu deixei de exportar”. Entretanto, ele também ressaltou que a dinâmica econômica pode ser positiva, já que consumidores podem obter produtos a preços mais baixos, beneficiando-se da competição.
Relações Comerciais e Geopolítica
A entrevista também abordou a relação entre as políticas dos EUA e a expansão econômica da China. Silveira mencionou que, apesar das tensões, a China continua a se expandir através de projetos como o Belt and Road Initiative. Ele afirmou que “a China já investiu mais de 1 trilhão de dólares nisso”, criando uma influência significativa em várias regiões do mundo, especialmente na África e Ásia.
Consequências para Países em Desenvolvimento
Os investimentos chineses em países em desenvolvimento vêm acompanhados de uma maior presença e controle econômico. Dessa forma, Silveira observou que, embora esses países recebam benefícios econômicos, há uma “ocupação econômica” pela China, que controla portos, aeroportos e outras infraestruturas estratégicas.
EUA e América Latina
Em suma, Silveira também discutiu a relação dos EUA com a América Latina, destacando que os Estados Unidos têm um interesse estratégico em promover a prosperidade na região. Além disso, ele explicou que “quanto mais prosperidade exista na América Latina, menos imigrantes ilegais vão para lá e maior mercado consumidor para produtos americanos”.