O Projeto de Lei Complementar (PLP) 55/2025, introduzido pelo deputado Leo Prates (PDT-BA), propõe mudanças significativas para transportadores autônomos de cargas no Brasil. A iniciativa visa aumentar o limite de receita bruta anual de R$ 251,6 mil para R$ 400 mil, permitindo que um número maior de caminhoneiros possa se enquadrar como Microempreendedores Individuais (MEI). Este ajuste busca facilitar a formalização de profissionais do transporte rodoviário, oferecendo-lhes benefícios fiscais e previdenciários mais acessíveis.
O projeto também sugere a alteração da Lei Complementar nº 123/2006, que regula o regime jurídico das microempresas e empresas de pequeno porte. Ainda em tramitação na Câmara dos Deputados, o PLP 55/2025 precisa passar por diversas comissões antes de ser votado no Plenário e, posteriormente, seguir para análise no Senado. Com a atualização dos limites, também haverá uma correção anual pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), adequando os valores à realidade econômica do setor.
Quais são os impactos para os autônomos e o setor de transporte?
Com o aumento do teto de receita para o MEI, os transportadores autônomos terão acesso facilitado a um regime tributário simplificado e benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença. De acordo com Leo Prates, essa mudança não só incentivará a formalização de mais caminhoneiros, mas também trará ganhos fiscais para o Estado, devido à redução da informalidade.
A estimativa é que a medida contribua para uma maior estabilidade jurídica, possibilitando que os profissionais do setor lidem melhor com os custos elevados de combustível, manutenção e pedágios. Além disso, ao se formalizarem, os caminhoneiros terão melhoria no controle fiscal e maior acesso ao crédito bancário, o que pode impulsionar o desenvolvimento do setor.

Como a proposta impacta a infraestrutura dos portos?
Além das questões tributárias, o projeto PLP 55/2025 aborda a infraestrutura oferecida nos portos e terminais de carga do país. Ele propõe alterações na Lei dos Portos (Lei nº 12.815/2013), exigindo que essas instalações disponibilizem aos caminhoneiros banheiros, áreas de descanso, refeitórios e estacionamentos seguros. Essa iniciativa visa melhorar o bem-estar e a segurança dos profissionais, que muitas vezes enfrentam longas esperas e condições precárias.
O prazo estipulado para que as adaptações sejam implementadas é de dois anos. Casos como o do porto de Salvador, que ilustra a falta de infraestrutura básica, destacam a urgência dessas melhorias. As condições inadequadas podem levar a riscos de acidentes e prejudicar a eficiência logística.
Quais são os próximos passos para a aprovação do PLP 55/2025?
Atualmente, a proposta passa por análise em várias comissões da Câmara dos Deputados, incluindo a Comissão de Indústria, Comércio e Serviços; Comissão de Viação e Transportes; Comissão de Finanças e Tributação; e a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se tiver sua aprovação em todas essas etapas, o projeto será discutido no Plenário da Câmara e, em seguida, encaminhado ao Senado. A aprovação sem alterações permitirá que o texto siga diretamente para sanção presidencial.
Os profissionais de contabilidade, consultoria e transporte devem estar atentos às mudanças, pois a ampliação dos limites do MEI exigirá ajustes nos procedimentos fiscais e previdenciários relacionados aos transportadores autônomos. Dessa forma, eles podem adequar os serviços prestados às novas condições e orientar adequadamente seus clientes no processo de formalização.