Nesta semana, os balanços das empresas e as movimentações de política monetária foram o foco do mercado financeiro. “Nasdaq voltou a ganhar fôlego após a Tesla subir 12%, reafirmando que as ‘queridinhas de tech’ são o porto seguro para os investidores de renda variável”, analisa Marco Prado, trader e apresentador do Pre-Market da BM&C News. No entanto, ele alertou: “Sigo a cartilha de não comprar ativos com altas estressadas. Prefiro o mercado futuro e o Ibovespa, onde sei sair das enrascadas”.
Prado também fez uma leitura do Livro Bege, divulgado pelo Federal Reserve, observando que “a inflação avançou em ritmo leve e os empregos aumentaram ligeiramente”. Ele ponderou que um corte de 0,50% na próxima reunião seria imprudente. “Com as projeções globais de estagnação para 2025, as manobras atuais ainda não surtiram efeito”, afirmou.
Sobre o setor de commodities, o trader destacou que o minério de ferro “tende a operar abaixo de US$ 100 a tonelada”, pressionando os resultados da Vale. “A empresa cortou gastos para compensar o impacto, o que causou uma boa impressão no mercado”, disse.
No cenário doméstico, Prado comentou sobre o aguardado arcabouço fiscal. “Durante o G20, Haddad afirmou que ‘o arcabouço fiscal não precisa ser reformulado, mas reforçado’. É preciso parecer bom para ser bom”, analisou Prado. A fala do ministro, segundo ele, foi suficiente para derrubar as curvas de juros em mais de 2%. “A única saída é mostrar maior arrecadação e contenção de despesas. Qualquer coisa diferente é o declínio do déficit zero.”
Prado ainda alertou que o IPCA veio acima das expectativas, “nos deixando a apenas 0,3% do teto de 4,5% da inflação”. Ele também comentou sobre a Europa, mencionando que houve uma “leve recuperação na indústria, refletida nos PMIs, o que deu fôlego para Christine Lagarde e o setor automobilístico, mas ainda é pouco para se empolgar”.