O incêndio que atinge o Parque Nacional de Brasília deixou parte da capital brasileira encoberta pela fumaça. O fogo, que já consumiu 700 hectares da área de proteção ambiental, segue avançando com três focos ativos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Polícia Federal investiga a origem do incêndio e os primeiros detalhes indicam que a causa pode ser criminosa.
Uma densa coluna de fumaça escura pode ser vista saindo do parque, também conhecido como Água Mineral. O Distrito Federal (DF) enfrenta 146 dias sem chuvas, o que, aliado ao tempo quente e seco, dificulta o trabalho das equipes de combate ao fogo e facilita a propagação das chamas.
Como está sendo o combate ao fogo?
O coordenador de Manejo Integrado do Fogo do ICMBio, João Morita, relatou que 93 combatentes de instituições como ICMBio, Corpo de Bombeiros e PrevFogo estão lutando contra as chamas com a ajuda de um avião e um helicóptero. Segundo Morita, o fogo ainda não está controlado e as equipes estão trabalhando incansavelmente para conter o avanço.
O incêndio teve início por volta das 11h30 do último domingo e, até o momento, não há previsão de quando será controlado. As equipes suspenderam os trabalhos na noite de domingo e retomaram as atividades na manhã seguinte. Devido à baixa qualidade do ar nas áreas próximas ao parque, a Secretaria de Educação do Distrito Federal autorizou a suspensão das aulas em algumas escolas. A cidade amanheceu com cheiro forte de fumaça e baixa visibilidade.
Quais são os impactos do incêndio no Parque Nacional de Brasília?
Embora não haja registros de morte de animais, o coordenador João Morita destacou que o incêndio está causando danos significativos às matas de galeria, que são vitais para a proteção dos cursos d’água. As chamas também começaram na região do córrego do Bananal, próximo à captação de água da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
A força da fumaça fez com que a Universidade de Brasília (UnB) e algumas escolas próximas suspendessem suas aulas presenciais. O monitoramento da qualidade do ar no Distrito Federal também se mostrou deficitário, com torres de medição desatualizadas e escassez de dados confiáveis.
Como o incêndio está afetando a vida dos moradores das redondezas?
O incêndio já chega próximo às casas situadas nas redondezas do parque. A professora Silvana Moura, residente em uma vila militar adjacente à Floresta Nacional, relatou que as chamas chegaram perto de sua casa na tarde de segunda-feira. A preocupação dos moradores é crescente, levando algumas famílias a deixarem suas residências devido à fumaça densa e ao risco de propagação do fogo.
Silvana conta que foi a pior situação já enfrentada no local, lembrando que outros anos registraram queimadas, mas nunca com a intensidade atual. A família decidiu permanecer na casa por enquanto devido aos animais de estimação, enquanto aguardam a ação do Exército e dos brigadistas.
O que é curioso sobre a relação entre clima e propagação de incêndios?
A falta de chuva prolongada, somada ao clima quente e seco, cria condições ideais para a rápida propagação de incêndios florestais. Este fenômeno não é exclusivo do Distrito Federal, mas ocorre em várias partes do mundo, onde os bombeiros e equipes de combate a incêndios lidam com desafios semelhantes. A situação no Parque Nacional de Brasília é agravada pela ausência de umidade no solo e vegetação ressecada, elementos que contribuem para a dificuldade de controlar as chamas.
Enquanto a Polícia Federal continua investigando a origem do incêndio e as equipes trabalham arduamente para contê-lo, este evento ressalta a importância da prevenção e do manejo adequado das áreas de conservação para minimizar o risco de fogo. A colaboração entre diferentes órgãos e comunidades locais é essencial para enfrentar desafios ambientais e proteger os ecossistemas valiosos do Brasil.