Em reunião realizada em 14 e 15 de junho, pelas autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu aumentar, nesta quarta-feira (15), a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, para um intervalo entre 1,5% a 1,75%.
Em decisão unânime e em resposta à inflação crescente, a definição já era esperada pelo mercado. Esse é o primeiro aumento dessa magnitude desde 1994.
O Comitê prevê que os aumentos contínuos no intervalo serão apropriados. “Ao avaliar a postura adequada da política monetária, o comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. O comitê estaria preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos do Comitê”, informa.
“O comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências, conforme descrito nos Planos para Redução do Tamanho do Balanço do Federal Reserve, emitidos em maio”, afirma o Fed.
Além disso, cinco dirigentes veem juros entre 3% e 3,25% até o fim de 2022. Já oito dirigentes esperam juros entre 3,25% e 3,50%.
Em comunicado, o Fed diz que a atividade econômica geral parece ter avançado após cair no primeiro trimestre. “A invasão russa da Ucrânia cria pressão altista adicional sobre inflação”.
Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, disse que a decisão veio como o esperado, com alta de 0,75% confirmando as expectativas que deixaram o mercado volátil desde segunda-feira.
“O tom hawkish se mostrou necessário para combater a inflação. Votação quase unânime. Apenas um membro votou em aumento de 0,5%. Já deixaram 75 pontos contratados para a próxima e para atingir o alvo até o final do ano, acredito que teríamos mais 50 / 25 / 25 nas reuniões subsequentes”, afirmou Marcelo.
Ele disse ainda que o Fed vê a taxa de juros subindo em 2023 e caindo em 2024. “Eles acreditam que o desemprego ainda está muito baixo e estão muito preocupados com inflação. Mesmo o aumento do desemprego previsto para 2023 não será suficiente para parar o Fed”.
“O mercado reage melhor do que o esperado. Dólar comportado, bolsa positiva. Ainda estamos no stress poucos minutos após decisão. S&P ainda está tentando achar um nível novo”, completou.
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