Atualizado ás 12h40
O Ibovespa opera em queda de 2,55%, aos 110.023 pontos nesta segunda-feira(4). Os investidores estão tentando se desvencilhar do sinal negativo vindo dos índices futuros das bolsas de Nova York. Essa queda acontece à medida que as preocupações com a desaceleração do crescimento econômico e a inflação persistentemente alta deixam os investidores receosos.
A virada do petróleo, há pouco, reverbera em Petrobras, cujo papel ON (PETR3) tem alta de 0,98% (R$ 28,96) e o PN (PETR4) sobe 0,86% (R$ 28,24). Vale recua, a despeito da alta do minério (+1,15%, a US$ 117,12 a tonelada). As ações da mineradora (VALE3) têm perda de 0,26% (R$ 76), assim como as das siderúrgicas: Usiminas (USIM5) registra a maior baixa do Ibovespa (-3,68%, R$ 16,25); Gerdau (GGBR4) -0,32% (R$ 27,61); Metalúrgica Gerdau (GOAU4) -0,32% (R$ 12,63); CSN (#CSNA3) -1,40% (R$ 28,81).
Banco Pan (BPAN4) lidera as altas do índice (-1,59%, R$ 26,77) depois de anunciar a incorporação da Mosaico, dona do Buscapé, Bondfaro e Zoom. A operação, cujo valor não foi revelado, será realizada via troca de ações.
No primeiro dia do mês, na sexta-feira (01), o Ibovespa fechou em alta de 1,73% aos 112.899 pontos.
Cenário interno:
Um documento publicado neste domingo (03), pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), mostrou reportagens citando mais de 330 políticos, funcionários públicos de alto escalão, empresários e artistas de 91 países que têm ou tinham empresas offshore. Isso acontecia em locais conhecidos como paraísos fiscais, pois cobram pouco ou nenhum imposto e protegem o sigilo bancário do cliente.
Todo esse material estava em análise neste último ano e ontem foi divulgada em uma série de reportagens batizada de Pandora Papers. Pessoas importantes do Brasil que foram citadas, foram o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Assim, essa história deve agitar o mercado financeiro nesta segunda-feira (4). Os investidores aguardam os comentários de Campos Neto e de Guedes sobre esse assunto publicado ontem.
Cenário internacional:
As principais bolsas europeias começaram o dia sem um rumo definido, tentando escapar do sinal negativo vindo dos índices futuros das bolsas de Nova York. Os EUA passam por preocupações com a desaceleração do crescimento econômico e a inflação persistentemente alta deixam os investidores receosos.
O mercado acionário japonês devolveu ganhos iniciais e terminou em baixa nesta segunda-feira, e o chinês acompanhou, devido a crise de dívida da Evergrande, que continua a jogar dúvidas sobre o crescimento econômico da China.
Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,13%, a 28.444 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,19%, a 24.036 pontos.
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Dólar:
O dólar ganhava terreno frente ao real nesta segunda-feira, refletindo o clima de cautela nos mercados globais em meio a temores sobre a inflação e o crescimento econômico, enquanto incertezas fiscais domésticas continuavam em foco.
Às 9:59, o dólar avançava 0,31%, a 5,3861 reais na venda. Na B3, o dólar futuro subia 0,41%, a 5,4065 reais.
Em meio a persistentes gargalos de oferta e custos elevados de energia, a inflação alta tem dado sinais de que pode durar mais tempo do que o esperado pelos principais bancos centrais de países desenvolvidos, ao mesmo tempo que algumas grandes economias, como a China, dão sinais de desaceleração.
“As preocupações com atividade econômica e inflação global pesam sobre os negócios nesta manhã”, escreveram analistas do Bradesco, chamando a atenção também para a política monetária do Federal Reserve antes da divulgação, na sexta-feira, de um importante relatório de emprego.
“As condições do mercado de trabalho norte-americano são uma das principais variáveis condicionando o momento do início da retirada de estímulos monetários pelo Fed. A sinalização recente do Fomc (comitê de decisão de política monetária) de que isso poderá ocorrer em sua próxima reunião, no início de novembro, torna essa divulgação ainda mais relevante.”
Segundo especialistas, o início da reversão das generosas medidas de estímulo adotadas pelo banco central norte-americano durante a pandemia de coronavírus tenderia a apoiar o dólar, em meio à perspectiva de retorno de recursos para os EUA.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas caía 0,2% nesta segunda-feira, mas continuava em patamares elevados depois de registrar alta por quatro semanas consecutivas, apoiado em parte pela alta nos rendimentos dos títulos do governo dos EUA. Nos mercados emergentes, rand sul-africano, peso mexicano e peso chileno apresentavam perdas contra a divisa norte-americana no dia.
Enquanto isso, no cenário doméstico, “a preocupação continua com a provável extensão do auxílio emergencial pelo governo”, disse a XP em nota matinal, citando dificuldades de aprovação da reforma do Imposto de Renda e da PEC dos precatórios nas duas casas legislativas até dezembro.
Boa parte dos participantes do mercado tem alertado para a falta de recursos dentro do teto dos gastos do governo para financiamento de prorrogação nas medidas de auxílio emergencial, que expiram neste mês, o que tem afetado o sentimento local nas últimas semanas.
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar spot caiu 1,47%, a 5,3696 reais.
Com Reuters e BDM