A semana começa com o mercado atento à divulgação do Boletim Focus, que sai logo pela manhã. Na última sexta-feira (10), o ministro Paulo Guedes avaliou que o país está passando agora pelo pior momento da inflação mas que o avanço de preços na economia irá desacelerar para fechar o ano ao redor de 7,5%-8%, voltando ao intervalo da meta perseguida pelo Banco Central em 2022.
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A previsão representa forte piora ante o último número oficial do Ministério da Economia, divulgado em julho, de uma alta de 5,90% para o IPCA em 2021. Já a perspectiva do mercado é de crescimento de 7,58% para a inflação, conforme boletim Focus mais recente, feito pelo BC junto a uma centena de economistas.
Além disso, os olhos devem seguir voltados para Brasília, onde será discutido a votação do Código Eleitoral e a retomada no Senado dos depoimentos que miram as suspeitas de irregularidades em contratos para compras de vacina na CPI da Covid.
Bolsas mundiais
Uma importante medida do mercado de expectativas para inflação da zona do euro subiu para o nível mais elevado desde meados de 2015 nesta segunda-feira, em mais sinais de que as percepções do investidor sobre a direção da inflação futura estão mudando.
Os rendimentos da zona do euro estavam estáveis, embora o alívio com a desaceleração no ritmo das compras do Banco Central Europeu pareça estar no passado.
E evidências de expectativas de inflação mais alta, impulsionadas pela corrida eleitoral na Alemanha e sinais de gargalos de oferta nas últimas semanas, passaram a ficar sob os holofotes.
A inflação implícita de cinco anos, medida do mercado para a inflação no longo prazo acompanhada pelo BCE, subiu para 1,8207%, nível mais alto desde meados de 2015 e mais perto da nova meta de inflação do BCE de 2%.
A medida subiu quase 15 pontos básicos desde o início de setembro.
Na última sexta-feira, o Ibovespa operava entre perdas e ganhos, mas conforme o dia foi avançando, a bolsa brasileira foi perdendo força. Entre às 16h e o final do pregão, o índice perdeu cerca de mil pontos e encerrou com baixa de quase 1%. A bolsa brasileira seguiu os índices nos Estados Unidos, que tiveram perdas semelhantes hoje.
Nos Estados Unidos, as bolsas encerraram o dia em queda com indicações de que a inflação veio para ficar, ofuscando expectativas de alívio nas tensões entre Estados Unidos e China, apesar de as conversas entre os presidentes das duas potências terem gerado certa perspectiva de melhora.
Política
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que conversas com o Supremo Tribunal Federal (STF) e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado serão retomadas a partir de segunda-feira para resolver o problema dos precatórios no Orçamento do ano que vem.
Agenda econômica
- Boletim Focus (8h25);
- EUA: Presidente do BCE, Christine Lagarde, discursa sobre retomada pós-covid-19 na conferência internacional de Aspen (10h30);
- Balança comercial semanal (15h).
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*Com Reuters