
A Novonor, antiga Odebrecht, quer se desfazer da fatia de 38,3% que detém da Braskem em uma única transação. Por conta de interesses por operações específicas da petroquímica, a venda pode ser realizada em formato diferente, segundo informações do jornal Valor Econômico. Com isso, a Novonor mostrou uma posição mais flexível e está aberta a analisar as propostas por blocos de ativos regionais.
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A etapa de recebimento de propostas não vinculantes já foi concluída e o processo, liderado pelo Morgan Stanley, entra agora na fase de seleção das ofertas que seguirão no páreo.
De acordo com o Valor, nessa primeira etapa de negociação, houve propostas por ações que representam 50,1% do capital votante ou 38,3% do capital total da Braskem, que foram detidas pela Novonor e manifestações de interesse em operações específicas. Para esse caso, não há indicativos de preço.
Com isso, haveria compradores dispostos a levar ativos independentes nos Estados Unidos e na Europa, para integrá-los a unidades industriais existentes nessas regiões. Além do Brasil e Estados Unidos, a Braskem também possui unidades industriais na Alemanha e no México.
No Brasil, a cisão dos ativos para venda a diferentes compradores é considerada complexa, inclusive do ponto de vista industrial e de logística, e não até o momento não existe intenção de fatiamento da operação. Em 2019, o fator decisivo para a desistência da LyondellBasell de comprar a petroquímicaos foram os custos com o problema geológico em Alagoas. Atualmente, esses fatores pesam menos, uma vez que estão relativamente dimensionados pelas provisões reconhecidas pela companhia, e giram em torno de R$ 10 bilhões.
Além disso, grandes nomes da petroquímica mundial, como é o caso da chinesa Sinopec, não entraram na disputa, que atraiu fundos de private equity e indústrias químicas. A petroquímica ocupa a sexta posição de maior do mundo em seu setor. De acordo com fontes do Valor, embora o processo seja competitivo, não houve um número significativo de proponentes.
Caso a venda fatiada da Braskem se mostre mais vantajosa, a Novonor terá de negociar com os demais acionistas da petroquímica, inclusive com a Petrobras. Isso causaria alterações no cronograma pretendido inicialmente, que previa a assinatura de um acordo formal até o final do ano e término da negociação prevista para o próximo ano.
Diante disso, o cronograma entrou em risco em meio a pretensões da Petrobras para sua fatia de 36,1% no capital total da petroquímica. A estatal pode vender suas ações com a Novonor, diante das mesmas condições. Além disso, já indicou que essa participação está incluída em seu plano de desinvestimento.
Além da potencial oferta pela fatia da Petrobras, o comprador da Braskem teria de lançar uma oferta pública aos minoritários da petroquímica, o que irá elevar a quase R$ 50 bilhões o tamanho do cheque final, levando em consideração o preço atual de mercado da companhia.
De acordo com fontes de mercado, a LyondellBasell ainda teria interesse em certos ativos da Braskem e estariam entre os potenciais compradores os fundos de private equity, Advent e Apollo.
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