O mercado financeiro inicia a última semana de outubro com uma agenda intensa de indicadores e decisões de política monetária ao redor do mundo. No Brasil, o foco estará nos números do mercado de trabalho e nos dados fiscais, enquanto, no exterior, a expectativa se concentra nas decisões dos bancos centrais dos Estados Unidos, da Zona do Euro e do Japão.
No Brasil os principais indicadores da semana serão divulgados na quinta-feira (30) e sexta-feira (31). Segundo projeção do Banco Daycoval, o CAGED deve registrar criação líquida de aproximadamente 53 mil vagas com ajuste sazonal, enquanto a PNAD Contínua referente ao trimestre encerrado em setembro deve mostrar taxa de desemprego em 5,6% (5,7% dessazonalizada). O resultado reforça um mercado de trabalho ainda resiliente, mas com sinais de desaceleração gradual.
Na mesma quinta-feira, será divulgado o Resultado Primário do Governo Central referente a setembro, com estimativa de déficit próximo de R$ 15 bilhões. Já na quarta-feira (29), o Banco Central publicará a Nota de Política Monetária e Estatísticas de Crédito, com expectativa de continuidade na desaceleração do crédito total e atenção aos níveis de inadimplência. A agenda doméstica também inclui o IGP-M de outubro, cuja projeção é de queda de -0,18%. “Ao longo da semana, acompanharemos o IGP-M, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, um indicador relevante para contratos de aluguel”, aponta o operador de mercado Francisco Alves, apresentador do programa Pré Market da BM&C News.
Nos Estados Unidos, segundo Alves, o principal evento será a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), marcada para quarta-feira (29). “Após a decisão, haverá entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que deverá apresentar um relatório sobre a decisão do comitê, incluindo os desdobramentos sobre a taxa de juros, com expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual”, afirmou. Ele lembra ainda que o shutdown americano tem afetado a divulgação de indicadores, especialmente os do mercado de trabalho, o que adiciona incerteza ao cenário.
Europa, Ásia e América Latina
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) também se reúne esta semana e poderá trazer novas perspectivas sobre as taxas de juros na região. Além disso, serão divulgados os Índices de Preços ao Consumidor (CPIs) de diversos países, bem como os dados preliminares do PIB, a confiança do consumidor e as vendas no varejo da Zona do Euro.
Na Ásia, o destaque será a decisão de política monetária do Banco Central do Japão, na quinta-feira, que pode elevar a taxa de juros para 0,5% ao ano. Também serão divulgados os números de inflação e desemprego no país. Na China, a agenda inclui a divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) industrial, de serviços e o índice composto, que devem sinalizar o ritmo de recuperação da economia chinesa.
Também ocorrem as reuniões de política monetária do Banco Central do Canadá e do Banco Central do Chile, que podem reforçar o tom de cautela global em relação aos juros.
Expectativa por encontro entre EUA e China
O evento mais aguardado da semana, segundo Alves, será o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da China, na quinta-feira (30), na Coreia do Sul, durante reunião de nações asiáticas. “As negociações entre as autoridades dos dois países, incluindo o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Besson, e representantes chineses, estão em andamento, precedendo o encontro agendado para o dia 30. Os mercados operam sob a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos e também com otimismo em relação a esse encontro”, analisou Alves.
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