Nos últimos anos, o cenário de fraudes digitais no Brasil tem apresentado mudanças significativas, especialmente em relação aos golpes envolvendo transferências via Pix. Uma nova modalidade, conhecida como “mão fantasma”, tem chamado a atenção de especialistas em cibersegurança e usuários de serviços bancários, devido ao seu método sofisticado de atuação e ao aumento expressivo de casos detectados entre 2024 e 2025.
O golpe da “mão fantasma” consiste no desaparecimento de valores de contas bancárias ou aplicações financeiras sem o conhecimento do titular. O nome faz referência à sensação de que uma mão invisível retira o dinheiro, sem que a vítima perceba imediatamente a ação. Essa fraude, que já foi identificada mais de 10 mil vezes no país, utiliza técnicas de engenharia social e ferramentas de acesso remoto para enganar os usuários.
Como funciona o golpe da “mão fantasma”?
O ataque geralmente começa com uma ligação telefônica, na qual o criminoso se apresenta como funcionário da central de atendimento de um banco. Durante a conversa, o golpista informa sobre supostos problemas no aplicativo bancário ou na conta do cliente, criando um clima de urgência e preocupação. O objetivo é convencer a vítima a instalar um aplicativo de acesso remoto em seu smartphone, sob o pretexto de solucionar o problema relatado.
Após obter o controle do dispositivo, o fraudador orienta a vítima a acessar o aplicativo do banco e, em seguida, realiza transferências via Pix para contas de terceiros. Em muitos casos, o criminoso ainda solicita que o usuário digite sua senha, alegando ser necessário para concluir uma atualização ou correção na conta. Dessa forma, o dinheiro é transferido sem que a vítima perceba imediatamente a fraude.
Por que o golpe da “mão fantasma” está crescendo?
O aumento dos casos de “mão fantasma” está diretamente relacionado à redução de outro tipo de fraude: o golpe de redirecionamento de Pix. Até o início de 2024, esse golpe era bastante comum e consistia na interceptação ou manipulação de transferências, desviando o valor para contas dos criminosos. No entanto, a prisão de grupos responsáveis pelo desenvolvimento de malwares utilizados nesse tipo de ataque resultou em uma queda acentuada nas tentativas de redirecionamento, abrindo espaço para a ascensão de novas estratégias, como a “mão fantasma”.
Segundo dados recentes, as tentativas de redirecionamento de Pix caíram drasticamente desde março de 2024, com quase nenhuma detecção registrada até os primeiros meses de 2025. Por outro lado, o golpe da “mão fantasma” ganhou força, demonstrando a capacidade de adaptação dos fraudadores diante das ações de combate e das mudanças no ambiente digital.
Como se proteger do golpe da “mão fantasma”?
Diante do crescimento dessa modalidade de fraude, adotar medidas preventivas é fundamental para evitar prejuízos financeiros. Algumas recomendações importantes incluem:
- Desconfiar de ligações inesperadas que alegam ser de instituições financeiras, especialmente quando solicitam a instalação de aplicativos ou o fornecimento de informações sensíveis.
- Utilizar apenas os canais oficiais do banco para resolver qualquer dúvida ou problema relacionado à conta ou ao aplicativo.
- Evitar instalar aplicativos de acesso remoto a pedido de terceiros, principalmente durante chamadas telefônicas.
- Manter senhas fortes e exclusivas para cada serviço, dificultando o acesso não autorizado.
- Ativar a autenticação em dois fatores sempre que possível, adicionando uma camada extra de segurança às contas bancárias e aplicativos financeiros.
Quais sinais indicam uma possível tentativa de golpe?

Alguns indícios podem ajudar a identificar tentativas de fraude, como:
- Recebimento de ligações com tom de urgência, solicitando ações imediatas.
- Pedidos para instalar aplicativos desconhecidos ou conceder permissões de acesso remoto ao celular.
- Solicitação de senhas ou códigos de autenticação durante a ligação.
- Mensagens ou notificações de movimentações financeiras não reconhecidas.
Ao perceber qualquer uma dessas situações, a orientação é encerrar imediatamente o contato e buscar suporte diretamente nos canais oficiais da instituição financeira. Além disso, é recomendável monitorar frequentemente o extrato bancário e reportar qualquer movimentação suspeita ao banco.
O avanço das fraudes digitais exige atenção constante de usuários e instituições. Com a popularização do Pix e a criatividade dos criminosos, a informação e a adoção de práticas seguras tornam-se essenciais para proteger o patrimônio e evitar transtornos. O acompanhamento das tendências e a atualização das medidas de segurança são passos importantes para minimizar riscos no ambiente digital em 2025.
















