Muitas pessoas desenvolvem intolerância à lactose na vida adulta porque a produção da lactase, a enzima que digere o açúcar do leite, diminui naturalmente após a infância. Este é o padrão genético para a maioria da população mundial.
A produção da enzima lactase não é para a vida toda
A lactase é uma enzima produzida no intestino delgado com uma função muito específica: quebrar a lactose em açúcares mais simples (glicose e galactose) para que possam ser absorvidos pelo corpo. A produção dessa enzima atinge seu pico durante a infância, quando o leite é a principal fonte de nutrição, veja abaixo o vídeo do canal Drauzio Vaurella:
Para a maioria dos mamíferos, incluindo os humanos, a atividade do gene responsável pela produção de lactase começa a diminuir drasticamente após o período de desmame. A capacidade de digerir leite na idade adulta não é a norma, mas sim a exceção.
O que acontece com a lactase após a infância?
Para cerca de 70% da população mundial, a redução na produção de lactase é um processo geneticamente programado. O gene LCT, que codifica a lactase, simplesmente se torna menos ativo com o passar dos anos. Isso significa que a intolerância à lactose na idade adulta não é uma doença, mas sim a condição humana padrão.
Essa diminuição pode ser gradual, e os sintomas podem começar a aparecer na adolescência ou apenas mais tarde na vida adulta. A quantidade de lactase que resta determina o grau de intolerância de cada indivíduo.
A persistência da lactase é uma mutação genética
A capacidade de digerir lactose na idade adulta, conhecida como persistência da lactase, é resultado de uma mutação genética que ocorreu há milhares de anos. Essa mutação mantém o gene LCT “ligado” por toda a vida, permitindo a produção contínua da enzima.
Essa característica evolutiva é mais comum em populações com uma longa história de domesticação de gado e consumo de laticínios, como os descendentes de europeus do norte. A prevalência da persistência da lactase varia enormemente ao redor do mundo.
- Norte da Europa: Mais de 90% da população tem persistência da lactase.
- Sul da Europa e Oriente Médio: A prevalência cai para cerca de 30-70%.
- África e Ásia: Em muitas populações, menos de 10% dos adultos conseguem digerir lactose.
- América do Sul: A prevalência é mista devido à herança genética diversa.
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Quais são os sintomas e por que eles aparecem?

Quando a lactose não é digerida no intestino delgado, ela segue para o intestino grosso. Lá, as bactérias da flora intestinal a fermentam para usar como fonte de energia. Esse processo de fermentação é o que causa os sintomas clássicos da intolerância.
Os subprodutos dessa fermentação são gases (hidrogênio, metano e dióxido de carbono) e ácidos, que resultam em inchaço, cólicas, flatulência e diarreia. A intensidade dos sintomas depende da quantidade de lactose ingerida e do nível de deficiência de lactase de cada pessoa.
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