Atualizações na economia global mantêm os investidores atentos ao dólar. Hoje, a moeda se valorizou em relação a várias outras. Após seu ponto mais baixo em quatro meses, essa alta contrasta com o cenário anterior. Parece que o desempenho do dólar está ligado à política monetária dos bancos centrais. As possíveis reduções nas taxas de juros são um fator chave.
Na última semana, grandes anúncios de autoridades financeiras movimentaram os investidores. O índice DXY, que mede as oscilações do dólar, fechou em alta de 0,58%, atingindo 102,550 pontos. Apesar disso, o dólar caiu mais de 1,3% durante a semana. Em Nova York hoje, o euro e a libra esterlina caíram em relação ao dólar, atingindo, respectivamente, US$ 1,0901 e US$ 1,2687.
Como os dirigentes dos bancos centrais estão reagindo?

A obrigatoriedade do silêncio, que se seguiu à decisão da última quarta-feira, chegou ao fim. Tendo agora espaço para expressar suas opiniões, alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), começaram a moderar o tom considerado “dovish” (mais propenso a um relaxamento da política monetária). Essa postura foi adotada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, que havia alimentado esperanças quanto a um relaxamento mais acentuado da política monetária no próximo ano.
Hoje pela manhã, o presidente da distrital de Nova York do Fed, John Williams, alertou que ainda era prematuro iniciar as discussões acerca do momento em que o Fed começará a relaxar sua postura fiscal. Por sua vez, o líder da regional de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que se espera cortes “em algum momento do terceiro trimestre” caso a inflação continue caindo conforme previsto. Segundo ele, ainda são necessários mais avanços para garantir duas reduções de taxa em 2024.
O que esperar do futuro?
Conversando sobre a zona do euro, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco Central de Portugal, Mário Centeno, afirmou que os cortes de juros nessa região ocorrerão “mais cedo do que se antecipava”. Segundo ele, a questão não é mais “se” os cortes acontecerão, mas sim “quando”. Essa postura do BCE colaborou para pressionar o euro, que vinha se valorizando após a decisão tomada pelo banco e as declarações feitas por sua presidente, Christine Lagarde. O Bank of America (BoFA) espera ver o euro fortalecer-se frente ao dólar em 2024, com um sentimento positivo adveniente do relaxamento aplicado pelos bancos centrais.
Em relação ao Banco da Inglaterra, o BofA prevê que prêmios de risco mais consistentes serão estabelecidos no Reino Unido, mesmo que o banco comece a diminuir as taxas de juros. Na visão do BofA: “É improvável que a recalibração bem-sucedida das expectativas de taxa por parte do BoE seja suficiente para levar a libra a uma posição forte em 2024”. Portanto, muitos ainda buscam entender melhor como essas oscilações no mercado financeiro poderão impactar os próximos investimentos.
















