BM&C NEWS
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • ECONOMIA
  • POLÍTICA
Sem resultado
Veja todos os resultados
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • ECONOMIA
  • POLÍTICA
Sem resultado
Veja todos os resultados
BM&C NEWS
Sem resultado
Veja todos os resultados

Retrospectiva 2025: o ano em que o risco fiscal dominou o mercado

Dívida em alta, arcabouço fragilizado e pressão política colocam a credibilidade fiscal como principal risco para ativos brasileiros

Renata NunesPor Renata Nunes
24/12/2025

O ano de 2025 marcou o fiscal no centro do debate econômico no Brasil. A combinação entre revisão de metas, maior pressão sobre gastos obrigatórios e a piora consistente das projeções de dívida/PIB reposicionou a política fiscal como o principal risco percebido pelo mercado, à frente até de variáveis externas em diversos momentos do ano.

Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, esse movimento não começou agora. A virada ocorreu ainda em 2024, quando o governo passou a flexibilizar sua postura em meio à queda de popularidade e à pressão por mais gastos. Agostini lembra que 2023 começou com discurso de austeridade, mas esse sinal se desfez rapidamente.

“Quando começou a ter queda na popularidade, o Lula agiu e abriu o cofre. A partir dali, a expansão de programas sociais, o aumento do custeio da máquina pública e a dificuldade de entregar previsibilidade deterioraram a percepção fiscal.”, afirma.

O arcabouço, lançado em 2023 e colocado em prática em 2024, perdeu força por sucessivas flexibilizações e pela tendência do governo de sempre mirar o piso da meta.

Leia Mais

PIB DOS ESTADOS UNIDOS

PIB dos Estados Unidos acelera no 3º trimestre, mostra primeira prévia

23 de dezembro de 2025
Jorge Lima fala sobre Produtividade

“Produtividade é a linha divisória da economia global”, afirma secretário Jorge Lima

22 de dezembro de 2025

Em 2025, o debate se intensificou porque a relação dívida/PIB continuou avançando sem perspectiva de estabilização e porque o mercado esperava um programa robusto de corte de gastos no fim de 2024, mas recebeu, em vez disso, isenção de IR acompanhada de novos aumentos de impostos. Para Agostini, esse movimento foi decisivo.

“O Haddad lançou isenção de IR, mas também elevou impostos. Isso acabou sendo um tiro no pé”.

A credibilidade fiscal se fragmenta

A percepção de risco fiscal ganhou força após revisões de metas, sinalizações de aumento de gasto e dúvidas sobre a execução do arcabouço fiscal. O governo enfrentou dificuldades em mostrar previsibilidade e, ao mesmo tempo, preservar o compromisso com contenção de despesas, sobretudo diante de pressões corporativas e políticas em ano pré-eleitoral.

O desgaste de 2025 não tem um único culpado. Revisão de metas, execução frágil do arcabouço e aceleração da dívida formaram um conjunto que corroeu a confiança. 

“Se a dívida avança, é porque o plano não funciona. Revisar metas reforça que o sistema é frágil. E quando se usa medidas parafiscais para retirar gastos do cálculo, a credibilidade fica comprometida”, avalia Agostini.

O papel do Legislativo também pesa

Agostini também destaca o avanço contínuo da fatia do Orçamento destinada às emendas parlamentares tem contribuído de forma relevante para a deterioração do equilíbrio das contas públicas. Pelas projeções, as despesas discricionárias totais caem de R$ 208,3 bilhões em 2026 para apenas R$ 8,85 bilhões em 2029. Quando se descontam as emendas individuais, de bancada e de comissão, o quadro se agrava: o espaço líquido passa de R$ 155,3 bilhões em 2026 para um saldo negativo de R$ 52,8 bilhões em 2029.

“Isso também pressiona o fiscal e deixa claro que a responsabilidade pelo desequilíbrio nas contas não recai exclusivamente sobre o Executivo“, pontua.

Curva de juros absorve o risco: prêmio maior, prazo mais sensível

O resultado desse processo foi direto nos ativos domésticos. A curva futura de juros, especialmente os vértices médio e longo, passou a refletir, de imediato, qualquer ruído político e fiscal.

Como explica Agostini, o investidor entende que, diante do aumento do custeio e da ausência de cortes de despesas, o governo dependerá estruturalmente de mais endividamento. 

“O prêmio de risco aumenta porque não há perspectiva de estabilidade da dívida bruta”, diz.

Essa percepção se acumula desde antes de 2025, mas foi neste ano que o mercado deixou claro que não pretende mais dar benefício da dúvida.

Bolsa sente impacto, mas o alívio veio do exterior

Na renda variável, o quadro fiscal pressionou a bolsa de forma generalizada ao longo do período. Com o aumento da percepção de risco, a curva longa de juros passou a embutir prêmios mais elevados, reduzindo a atratividade da renda variável frente à renda fixa.

O avanço dos juros também elevou o custo de capital e pressionou a inflação, fatores que acabaram limitando o desempenho das ações como um todo. 

“O movimento só não foi mais negativo porque o cenário externo trouxe alívio: a queda dos juros nos Estados Unidos impulsionou os mercados globais, favoreceu emergentes e contribuiu para uma valorização da bolsa brasileira. Somado ao fim do tarifaço também ajudou a melhorar o ambiente para os ativos de risco“, avalia Agostini.

Estrangeiros: fiscal pesa mais que política?

Ao longo do ano, investidores internacionais ajustaram posições conforme a percepção fiscal oscilava. Momentos de maior tensão política ou fiscal coincidiram com saída de capital, enquanto episódios de alívio favoreceram entradas táticas.

Para o economista, o investidor estrangeiro ainda não está precificando 2026 como risco político, embora monitore a sucessão. A incerteza eleitoral, com pesquisas ainda voláteis, dificulta projeções. O fiscal, por outro lado, é concreto.

“Hoje, o peso maior é o fiscal. O risco político será precificado com mais intensidade no ano que vem, conforme as pesquisas forem saindo”, afirma.

MP do IOF expõe falha de coordenação e pressões internas

O desgaste político entre Executivo e Congresso também influenciou a leitura fiscal. Episódios como a MP do IOF foram entendidos pelo mercado como sinal de perda de coordenação política e reforçaram a percepção de risco institucional. Esse acúmulo de ruídos elevou o prêmio exigido para investir no Brasil, pressionando juros e câmbio em momentos decisivos do ano.

Entre os episódios que simbolizaram o desgaste fiscal de 2025, a MP do IOF tornou-se um marcador da descoordenação interna no governo. Para Agostini, a medida revela o atrito entre a ala gastadora e o Ministério da Fazenda.

“Há um grave erro de coordenação. O governo nunca quer ajustar o desequilíbrio pela despesa, apenas pela receita.“, destaca Agostini.

A lição de 2025: desconfiar das promessas

A principal lição deixada por 2025 foi clara: sem credibilidade fiscal, os ativos brasileiros se tornam mais voláteis e exigem prêmio adicional. A convergência da dívida, a previsibilidade de metas e o compromisso com o arcabouço voltam a ser condições necessárias para reduzir juros, estabilizar o câmbio e atrair fluxo estrangeiro de forma consistente.

“É difícil acreditar nas promessas. Sempre se usam os mesmos mecanismos: bloqueio, congelamento, medidas parafiscais. Nada mudou nos últimos 40 anos. Talvez a lição seja que tudo que vem da área fiscal precisa ser relativizado.”, afirma.

2026 começa sem espaço e sem expectativa de virada fiscal

Olhando à frente, Agostini não vê espaço para recuperação da credibilidade no próximo ano. O orçamento de 2026 já nasce apertado, com despesas obrigatórias consumindo o espaço das discricionárias e com poucas margens para ajustes relevantes.

“Dificilmente veremos algo que recupere a credibilidade fiscal em 2026”, afirma.

Ele considera que um amplo programa de desestatização ou uma reforma administrativa seriam caminhos reais para reverter expectativas, mas não vê sinal de que ocorram.

Para completar a retrospectiva, Agostini deixa um alerta claro para o investidor: a dívida não vai estabilizar e, por isso, o mercado terá de reprecificar o risco novamente. 

“No segundo semestre, com o cenário eleitoral mais definido, o investidor vai ter que reprecificar os prêmios de risco”, afirma.

2025 consolidou a percepção de que o fiscal voltou a comandar o mercado

O ano termina com uma mensagem inequívoca: juros, câmbio, bolsa e fluxo estrangeiro reagiram menos ao exterior e mais ao fiscal. O país volta, assim, ao velho dilema: sem disciplina nas contas públicas, credibilidade se perde rápido, mas demanda anos para ser reconstruída.

CENÁRIO FISCAL.

Leia

Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF

Retrospectiva 2025: o ano em que o risco fiscal dominou o mercado

Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF. Créditos: depositphotos.com / Kuzmafoto
POLÍTICA

Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF

24 de dezembro de 2025

Com a chegada da semana das festas de final de ano, um tema tradicional do calendário jurídico brasileiro volta a...

Leia maisDetails
Cenários 2026
ECONOMIA

2026 será um ano de decisão: estudo mapeia os riscos e oportunidades para investidores globais

23 de dezembro de 2025

A combinação entre o avanço acelerado da inteligência artificial, o aumento da fragmentação geopolítica e a persistência de pressões inflacionárias...

Leia maisDetails
Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF. Créditos: depositphotos.com / Kuzmafoto
POLÍTICA

Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF

24 de dezembro de 2025
PETRÓLEO
PETRÓLEO E ENERGIA

Petróleo em 2026: o que o mercado já começa a precificar

24 de dezembro de 2025
OceanPact fecha novo contrato de R$ 500 milhões com a Petrobras por quatro anos. Foto: Reprodução/OceanPact
PETRÓLEO E ENERGIA

OceanPact fecha novo contrato de R$ 500 milhões com a Petrobras por quatro anos

23 de dezembro de 2025
Alex Agostini fala sobre gestão de risco
MERCADO & BEYOND

Quem erra menos vence: a nova era da gestão de risco no mercado

23 de dezembro de 2025

Leia Mais

Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF. Créditos: depositphotos.com / Kuzmafoto

Indulto de Natal: poder presidencial, limites constitucionais e o papel do STF

24 de dezembro de 2025

Com a chegada da semana das festas de final de ano, um tema tradicional do calendário jurídico brasileiro volta a...

PETRÓLEO

Petróleo em 2026: o que o mercado já começa a precificar

24 de dezembro de 2025

A trajetória recente do petróleo, negociado abaixo de US$ 60 em alguns momentos, não é apenas um movimento pontual de...

OceanPact fecha novo contrato de R$ 500 milhões com a Petrobras por quatro anos. Foto: Reprodução/OceanPact

OceanPact fecha novo contrato de R$ 500 milhões com a Petrobras por quatro anos

23 de dezembro de 2025

A OceanPact anunciou nesta terça-feira (23) a assinatura de um novo contrato com a Petrobras, com duração de quatro anos...

Alex Agostini fala sobre gestão de risco

Quem erra menos vence: a nova era da gestão de risco no mercado

23 de dezembro de 2025

Durante muito tempo, investidores e empresas foram treinados a antecipar crescimento e projetar ciclos. Só que, com juros altos por...

LULA ASSINA INDULTO DE NATAL

Lula assina decreto do indulto de Natal e exclui condenados do 8 de janeiro

23 de dezembro de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto do indulto natalino, decisão que concede o perdão da pena...

PIB DOS ESTADOS UNIDOS

PIB dos Estados Unidos acelera no 3º trimestre, mostra primeira prévia

23 de dezembro de 2025

O PIB dos Estados Unidos voltou a surpreender no terceiro trimestre, com crescimento anualizado de 4,3%, acima dos 3,8% registrados no...

IPCA-15

IPCA-15 desacelera no acumulado de 2025 e fecha dezembro em 0,25%

23 de dezembro de 2025

O IPCA-15 registrou alta de 0,25% em dezembro, informou o IBGE nesta terça-feira (23). O resultado veio acima da variação de...

Cenários 2026

2026 será um ano de decisão: estudo mapeia os riscos e oportunidades para investidores globais

23 de dezembro de 2025

A combinação entre o avanço acelerado da inteligência artificial, o aumento da fragmentação geopolítica e a persistência de pressões inflacionárias...

Lula sanciona o Presiq

Lula sanciona Presiq com vetos e adia impacto fiscal do novo incentivo à indústria química

23 de dezembro de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com vetos, a lei que cria o Programa Especial de Sustentabilidade da...

Créditos: depositphotos.com / KostyaKlimenko

Fim da hegemonia do dólar? Ouro e desdolarização entram no radar global para 2026

22 de dezembro de 2025

A discussão sobre o futuro do dólar voltou ao centro do debate global em 2025 e deve seguir como um...

Veja mais

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.

Bem-vindo!

Faça login na conta

Lembrar senha

Retrieve your password

Insira os detalhes para redefinir a senha

Conectar

Adicionar nova lista de reprodução

Sem resultado
Veja todos os resultados
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • ECONOMIA
  • POLÍTICA

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.