Em janeiro de 2025, o senador Romário, representando o estado do Rio de Janeiro, apresentou um projeto de lei com o intuito de ampliar o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A proposta visa conceder um acréscimo de 25% no valor do benefício para aqueles que necessitam de assistência permanente no dia a dia, criando uma nova cláusula dentro da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
O objetivo da proposta é fornecer um suporte financeiro extra para pessoas que dependem de apoio constante, equiparando o BPC ao benefício adicional já disponível para aposentados por incapacidade permanente. Esse acréscimo está previsto na legislação que regula os Planos de Benefícios da Previdência Social.
Qual o impacto social e financeiro da proposta?
De acordo com o senador Romário, a implementação deste aumento no BPC poderá impactar significativamente a vida de aproximadamente 900 mil brasileiros que já recebem o benefício e necessitam de assistência contínua. Atualmente, o BPC oferece mensalmente um valor equivalente a um salário mínimo, ou seja, R$ 1.518. Com a proposta, o valor receberia um adicional de R$ 379.
O projeto, porém, prevê um aumento nos gastos públicos que chega a aproximadamente R$ 341 milhões mensais, o que deverá ser absorvido pelo orçamento destinado à Seguridade Social. Este impacto financeiro tem gerado debates sobre sua viabilidade e possíveis fontes de financiamento.
Quem são os beneficiários e quais são os desafios enfrentados?
Os beneficiários do BPC são majoritariamente idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência. Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que muitos desses indivíduos vivem em condições vulneráveis e necessitam de apoio contínuo de cuidadores familiares. Esses cuidadores, muitas vezes, precisam abandonar o trabalho remunerado para oferecer a assistência necessária, impactando assim a renda familiar.
O acréscimo proposto pelo projeto de lei poderia, portanto, fornecer um suporte financeiro adicional, o que ajudaria a aliviar as dificuldades econômicas enfrentadas por essas famílias.
Quais são os próximos passos para a aprovação da proposta?
Antes de entrar em vigor, o projeto de lei ainda precisa ser analisado e aprovado pelas comissões temáticas do Senado. Após esta etapa, o texto seguirá para a apreciação na Câmara dos Deputados. Durante esse processo, serão considerados os impactos econômicos e sociais da medida, assim como eventuais ajustes que possam ser necessários para sua implementação.
A discussão sobre o projeto de lei deverá focar não apenas na ajuda financeira, mas também na possibilidade de criar políticas públicas mais abrangentes, que garantam um suporte efetivo aos beneficiários do BPC e seus cuidadores.
Será que a proposta irá beneficiar todos os necessitados?
Embora a proposta represente um avanço importante, ainda resta questionar se ela abrange adequadamente todas as pessoas que necessitam de apoio diário. A abrangência e a eficácia do benefício adicional irão depender da maneira como o acréscimo será distribuído e gerenciado pelos órgãos responsáveis.
A questão suscita a necessidade de um debate mais amplo sobre a justiça social e o papel do Estado no fornecimento de suporte adequado àqueles que não têm condições de atender suas próprias necessidades devido a deficiências ou idade avançada.
