O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está considerando implementar regulamentos que limitem o uso do Benefício de Prestação Continuada (BPC) em atividades de apostas esportivas. Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, revelou essa intenção recentemente, destacando preocupações com o uso indevido desses fundos, que têm como objetivo aliviar a pobreza entre idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
O BPC, um auxílio mensal equivalente a um salário mínimo, é destinado a indivíduos cuja renda familiar é extremamente limitada. As ações para controlar o gasto desse benefício em apostas esportivas surgiram após o Banco Central identificar uma tendência de repasses de verba do Bolsa Família, destinada a indivíduos em situação de vulnerabilidade, para empresas do setor de apostas.
Por que o BPC está na mira para proibição de uso em apostas?
Stefanutto sublinhou a função essencial do BPC na mitigação da pobreza extrema. Ele expressou que, se os beneficiários estão usando os fundos do BPC para jogar, os recursos podem estar sendo conduzidos de maneira errada. Isso sugere que o benefício pode ter sido atribuído erroneamente, ou está ocorrendo um uso inadequado do dinheiro. Uma investigação detalhada e uma análise técnica estão em andamento, antes de qualquer regulamentação ser apresentada ao Ministério da Previdência Social.
Quais são as medidas em discussão para impedir o uso em apostas?
Medidas já existentes proíbem que aposentados, pensionistas e beneficiários utilizem adiantamentos de seus benefícios em apostas esportivas. Essa restrição se aplica também a um adiantamento de R$ 150, que pode ser antecipado mensalmente sem juros. Para garantir o cumprimento dessas medidas, os bancos que operam o adiantamento possuem mecanismos que vetam transações com empresas de apostas, evitando o incentivo a vícios através dos benefícios concedidos pelo governo.
O que pode significar para os beneficiários do BPC?

Caso a regulamentação proposta avance, os beneficiários do BPC poderão enfrentar restrições adicionais no uso de seus fundos. A ideia é potencializar a eficácia do recurso e assegurar que ele seja empregado em necessidades básicas e urgentes, tal como originalmente previsto. Stefanutto destaca a importância de proteger a função social do BPC, preservando-o de usos que possam comprometer a segurança financeira dos beneficiários em desvantagem social.
Como essa regulamentação pode impactar o setor de apostas?
Se a proposta for implementada, as empresas de apostas esportivas poderiam ver uma queda nos pagamentos oriundos de benefícios sociais. Isso ressalta a necessidade de uma revisão ética e financeira sobre formas alternativas de engajamento de clientes, focando em práticas responsáveis e sustentáveis, o que também pode incluir uma maior conscientização sobre o gasto consciente e o apoio a ações que promovam a integridade financeira dos usuários.