O crime organizado deixou de ser apenas uma questão de segurança para se tornar um problema econômico de grandes proporções. Segundo dados da CNI, FIRJAN e FIESP, o Brasil perdeu em 2022 cerca de R$ 453,5 bilhões devido às atividades criminosas. O valor é superior ao PIB de Santa Catarina no mesmo período, equivalente a 6% da economia nacional. O montante reflete a soma de impostos não arrecadados, custos adicionais para empresas e perdas em setores produtivos estratégicos.
Esses prejuízos não se limitam ao caixa do governo. A competitividade das companhias brasileiras diminui, investidores internacionais se retraem e milhares de empregos deixam de ser criados. De acordo com o levantamento, o mercado ilegal resultou na não geração de 369,8 mil postos de trabalho formais em 2022, com impacto direto sobre segmentos como vestuário, farmacêutico e combustíveis.
Quais setores mais sofrem com o crime organizado?
O levantamento do Instituto Livre Mercado mostra que a economia paralela está concentrada em áreas de alta circulação de mercadorias e elevado peso tributário. Entre os setores mais afetados, destacam-se:
- Combustíveis: perdas de R$ 61,5 bilhões com comercialização ilegal.
- Bebidas: R$ 56,9 bilhões em prejuízos por práticas ilícitas.
- Apostas ilegais: movimentam entre R$ 26 bilhões e R$ 40 bilhões por ano, com até R$ 10,8 bilhões de tributos não arrecadados.
- Tabaco: contrabando e falsificação somam perdas de R$ 10,3 bilhões.
- Energia: os chamados “gatos” de energia causam impacto de R$ 6,3 bilhões para concessionárias e consumidores.
Essas distorções minam a arrecadação, desestimulam investimentos em inovação e reduzem a capacidade de expansão das empresas que atuam legalmente, que acabam arcando com uma concorrência desleal.
PIB, empregos e confiança do investidor em risco
Economistas e gestores alertam que os custos do crime organizado vão muito além do prejuízo financeiro imediato. O impacto é estrutural. “Sem vida, não há liberdade. Sem segurança, não há propriedade. E sem propriedade, não há mercado”, afirma Rodrigo Saraiva Marinho, diretor executivo do Instituto Livre Mercado.
Para ele, o crime organizado age como um “imposto invisível” sobre a sociedade. “Não há como falar em liberdade em um país onde famílias vivem diariamente sob a ameaça constante de milícias, facções, roubo de cargas, adulteração de combustíveis e crimes econômicos que afetam diretamente o bolso do consumidor e a integridade das empresas”, completa Marinho.
Manifesto BM&C News: combater o crime, proteger o mercado
A gravidade do problema levou a BM&C News, emissora referência na cobertura de economia, política e mercado financeiro, a lançar um manifesto institucional com posicionamento claro sobre o tema. Sob o slogan “Combater o crime, proteger o mercado”, o documento defende que é possível enfrentar o crime organizado sem criminalizar o mercado financeiro. O objetivo é jogar luz sobre os impactos econômicos do crime no Brasil e reforçar a importância de preservar um ambiente de negócios sólido, com segurança jurídica, previsibilidade e liberdade para investir e empreender.
O manifesto também enfatiza que a criminalidade mina a confiança, encarece custos e reduz a capacidade do setor produtivo de gerar empregos e riqueza. Nesse sentido, a BM&C News se compromete a ampliar o debate público, dar voz a especialistas e empresários, e apoiar iniciativas que reforcem a segurança como pilar para o desenvolvimento econômico sustentável.
Além dos impactos financeiros, a persistência da economia paralela ameaça a própria liberdade econômica no país. Estima-se que empresas brasileiras destinem 1,7% do PIB apenas para se proteger da violência, o que representa R$ 170 bilhões em custos adicionais por ano. “Sem segurança, não há liberdade para empreender e investir”, reforça o manifesto da BM&C News.
O enfrentamento desse cenário, segundo especialistas, passa pela aprovação de medidas como o Pacote Brasil Mais Seguro — que inclui projetos de lei voltados ao endurecimento de penas, repressão financeira e combate ao mercado ilegal de jogos e apostas. A lógica é simples: reduzir o poder econômico do crime organizado é condição para recuperar competitividade, atrair capital e preservar empregos.
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