A paralisia do sono é um estado temporário e inofensivo em que a mente acorda antes do corpo, causando uma incapacidade de se mover. A experiência de ver vultos durante esse fenômeno é uma alucinação comum, criada pelo cérebro em um estado de transição entre o sonho e a realidade.
O que acontece no cérebro durante a paralisia do sono?
A paralisia do sono ocorre durante a transição entre o sono REM (Movimento Rápido dos Olhos) e o estado de vigília. Durante o sono REM, o cérebro está extremamente ativo, criando os sonhos, mas ele envia um sinal para os músculos do corpo ficarem paralisados, um mecanismo de segurança chamado atonia REM, veja abaixo o vídeo do canal FG Clínica:
Essa atonia nos impede de “atuar” fisicamente em nossos sonhos, evitando que nos machuquemos. A paralisia do sono acontece quando a mente desperta, mas o cérebro ainda não “desligou” o interruptor da atonia, deixando a pessoa consciente, mas incapaz de se mover por alguns segundos ou minutos.
Por que é comum ver vultos e sentir presenças?
A experiência de ver vultos ou sentir uma presença ameaçadora é uma alucinação hipnopômpica (ao acordar) ou hipnagógica (ao adormecer). Como o cérebro ainda está parcialmente no estado de sonho, elementos oníricos podem se projetar no ambiente real, como o seu quarto.
A sensação de medo e pânico, combinada com a paralisia, leva o cérebro a buscar uma explicação para essa vulnerabilidade. Ele preenche as lacunas criando uma narrativa, muitas vezes na forma de uma figura sombria ou uma pressão no peito, que são interpretações de um estado cerebral ambíguo.
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A psicologia por trás da figura do “demônio no quarto”
A figura do “demônio” ou do intruso é um arquétipo culturalmente difundido para explicar a paralisia do sono ao longo da história. Antes da explicação científica, diferentes culturas criaram mitos sobre criaturas noturnas que sentavam no peito das pessoas, como o íncubo ou a súcubo.
A psicologia explica que essa interpretação é uma forma de o cérebro dar sentido a uma experiência aterrorizante. O sentimento de opressão no peito, por exemplo, é causado pela respiração superficial característica do sono REM, que se torna consciente e angustiante durante a paralisia.
Como lidar com um episódio de paralisia do sono?

Embora assustadora, a paralisia do sono não é perigosa. A chave para lidar com ela é entender o que está acontecendo e tentar manter a calma, pois o pânico intensifica as alucinações. O episódio geralmente termina por conta própria ou com um toque de outra pessoa.
Manter uma boa higiene do sono é a melhor forma de prevenção, pois a paralisia é mais comum em pessoas com privação de sono ou horários irregulares. Algumas técnicas para sair de um episódio incluem:
- Tentar focar na respiração para reduzir o pânico.
- Concentre-se em mover uma pequena parte do corpo, como um dedo da mão ou do pé.
- Tente fazer expressões faciais, como franzir a testa.
- Lembre-se de que a experiência é temporária e inofensiva.
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