Receber uma multa de trânsito injusta é frustrante, mas todo condutor tem o direito de se defender. O segredo para anular a penalidade está em conhecer as etapas do processo e apresentar uma defesa bem fundamentada, baseada nos erros formais da autuação.
A primeira etapa é a análise minuciosa da notificação de autuação
O primeiro passo começa ao receber a Notificação de Autuação. Este documento ainda não é a multa, mas sim um aviso de que foi registrada uma infração com seu veículo. É nesta notificação que você deve procurar por erros que podem invalidar todo o processo.

Verifique cada detalhe com atenção: a placa do carro, a marca, o modelo e a cor estão corretos? O endereço, a data e o horário da infração batem com a realidade? A ausência ou o preenchimento incorreto de qualquer um desses campos, conforme exige o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é um erro formal e um argumento forte para a sua defesa.
Quais são os principais argumentos para a sua defesa prévia?
Com a notificação em mãos, você tem um prazo para apresentar a Defesa Prévia. Esta é a sua primeira oportunidade de contestar a autuação, focando principalmente nos erros formais que você identificou no documento. É a fase mais simples e com maior chance de sucesso se houver erros evidentes.
Além dos erros de preenchimento, outros argumentos sólidos incluem a falta de sinalização adequada no local (uma placa de velocidade encoberta por uma árvore, por exemplo) ou se o radar não tiver a verificação do INMETRO dentro da validade. O foco aqui não é o mérito da infração, mas a formalidade do ato. Os principais argumentos são:
- Erros de preenchimento na notificação (placa, veículo, local, data, hora).
- Sinalização de trânsito inadequada, insuficiente ou ausente no local da infração.
- Equipamento de fiscalização (radar, bafômetro) sem a certificação obrigatória ou fora da validade.
- Inconsistências ou falta de clareza na descrição da infração.
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O recurso em primeira e segunda instância exige provas e fundamentação
Se a Defesa Prévia for negada, você receberá a Notificação de Imposição de Penalidade, que é a multa propriamente dita. Agora, o próximo passo é entrar com um recurso em primeira instância junto à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) do órgão de trânsito.
Nesta fase, você precisará de uma argumentação mais robusta, incluindo o mérito da questão. É fundamental anexar provas que sustentem seus argumentos, como fotos do local, vídeos, testemunhas ou documentos. Se a JARI também negar seu recurso, ainda existe a possibilidade de recorrer em segunda instância ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN).
Como redigir um recurso de multa de forma eficaz?
Um recurso bem redigido aumenta muito suas chances de sucesso. O texto deve ser formal, claro e objetivo. Comece se identificando e fornecendo os dados do veículo e da notificação. Em seguida, apresente os fatos de forma cronológica e exponha seus argumentos de defesa de maneira organizada, veja abaixo o vídeo do canal Doutor Multas – Maior Especialista em Multas:
Sempre que possível, fundamente sua defesa com base na legislação, citando artigos do Código de Trânsito Brasileiro. Ao final, faça um pedido claro (o cancelamento da multa) e liste todas as provas que estão sendo anexadas. Lembre-se de assinar, datar e protocolar o recurso dentro do prazo legal.
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