A Petrobras, um colosso no cenário empresarial brasileiro, enfrenta uma encruzilhada em sua gestão e estratégia. Em uma entrevista ao programa BM&C Talks, o ex-presidente Roberto Castello Branco compartilhou insights sobre os desafios financeiros e administrativos da companhia, além de criticar a mudança de rota sob a nova gestão do governo.
Petrobras e sua jornada de dívidas a reformas
A gigante do petróleo, que já foi considerada a empresa mais endividada do mundo, passou por uma significativa reestruturação financeira nos últimos anos. “Sob minha gestão, vendemos ativos que totalizaram 26 bilhões de dólares e pagamos cerca de 40 bilhões de dólares em dívidas”, afirmou Castello Branco. Este esforço foi crucial para reverter um prejuízo que quase desestabilizou tanto a empresa quanto a economia brasileira.
As recentes decisões políticas têm gerado preocupações sobre o retorno de práticas anteriores que levaram a empresa a dificuldades financeiras. “A meritocracia foi deixada de lado, e vemos pessoas pouco qualificadas assumindo cargos cruciais”, lamentou o ex-presidente. Segundo ele, essa mudança ameaça a eficiência e a governança corporativa estabelecidas anteriormente.
A volta de investimentos questionáveis
Roberto Castello Branco também criticou a retomada de investimentos em áreas não lucrativas. “Fantes, o negócio de fertilizantes, e a reabertura da empresa nitrogenados são exemplos de decisões que desconsideram as perdas passadas”, explicou. Para ele, tais movimentos sugerem que lições importantes não foram aprendidas, colocando a Petrobras em risco de repetir erros antigos.
A entrevista também tocou no ponto controverso das privatizações. Castello Branco defendeu que a venda de ativos foi essencial para a recuperação da empresa, mas expressou preocupação com a nova política de interrupção dessas vendas. “O monopólio não beneficia a economia; ao contrário, prejudica a competição e a eficiência”, alertou.
A entrevista com Roberto Castello Branco oferece uma visão crítica e detalhada dos desafios enfrentados pela Petrobras, destacando a importância de uma gestão focada em eficiência e transparência. Com o Brasil em um ponto crítico para definir o futuro de sua maior empresa estatal, os próximos passos poderão ter implicações profundas para o setor de energia e a economia nacional.
















