Recentemente, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Gervásio Maia, decidiu manter o cronograma de pagamento das emendas parlamentares, conhecidas como emendas Pix. Essa decisão ocorre mesmo diante de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), o que mostra a resistência do Congresso em cortar os próprios gastos. Beto Saadia, da Nomos, avaliou que “isso evidencia que o Congresso continua resistente a cortes em seus próprios gastos“.
Essa postura pode ter repercussões significativas para o cenário fiscal de 2026. Beto destaca que, se a popularidade do presidente Lula se mantiver alta, partidos como o centrão poderão utilizar esse apoio político para exigir gastos extras. Esse fenômeno é reminiscentes de movimentos observados em transições anteriores, onde a pressão por despesas aumentadas se intensifica.
Além do Congresso
As expectativas em relação à política fiscal para 2026 estão intrinsecamente ligadas ao desempenho do governo atual. A manutenção de uma popularidade elevada por parte de Lula pode facilitar a negociação de emendas e gastos adicionais, o que, por sua vez, poderia comprometer a responsabilidade fiscal a longo prazo. Por outro lado, uma transição política mais clara poderia trazer alívio ao mercado, permitindo uma recuperação e, possivelmente, uma estabilização das taxas de juros.
De acordo com Beto, a gestão fiscal é um fator crucial para o investimento no Brasil. Ele enfatiza que “caso o governo não mantenha a responsabilidade fiscal, isso pode levar a consequências negativas para o mercado“. Assim, investidores devem acompanhar atentamente as movimentações no Congresso e os desdobramentos da política fiscal.
Resistência do Congresso e o fiscal
Em resumo, o cenário fiscal brasileiro está sob intensa observação, especialmente com a manutenção do cronograma de emendas parlamentares. A resistência do Congresso em cortar seus próprios gastos, combinada com a pressão para aumentar as despesas em um ano eleitoral, apresenta um desafio significativo para a política fiscal. À medida que nos aproximamos de 2026, o papel da popularidade do presidente Lula e a capacidade do governo de manter a responsabilidade fiscal serão cruciais para a estabilidade econômica.
Para os investidores, a atual dinâmica política e fiscal representa um risco significativo. O aumento das despesas durante um ano eleitoral pode levantar preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do país. “Essa dinâmica sinaliza risco de aumento de despesas no ano eleitoral“, observa Beto. Em um ambiente já fragilizado pela incerteza política, essa situação pode levar a um aumento da volatilidade nos mercados financeiros.