
Alguns países estão recuando na decisão de relaxamento das restrições e isso deve impactar o mercado e o movimento de retomada da economia na Europa. Na Holanda, onde as festas eletrônicas movimentam um grande mercado, o governo voltou atrás na decisão de permitir eventos em espaços públicos neste verão e a resposta do setor foi imediata. Uma promotora de festivais de música entrou com ação na Justiça para tentar reverter a proibição. O processo já tem a adesão de 40% dos organizadores de eventos do país.
Rosanne Janmaat, da ID&T, revela que após o cancelamento do festival Mysteryland, o principal organizado pela empresa, a empresa terá que fazer a devolução de mais 125 mil ingressos que já haviam sido vendidos. Este foi o sexto evento que a companhia cancelou neste verão.
Outro evento que está na eminência de não ser realizado é a Fórmula 1, em setembro. A preocupação é a volta das restrições a restaurantes, bares, cafés, boates e eventos públicos. A decisão do governo vem depois do aumento em mais de dez vezes no número de casos de Covid-19, para cerca de 7.000 por dia. Segundo informações do governo, as contaminações teriam sido registradas, em sua maior parte, em “festas com grandes números de participantes”.
Este movimento de recuo do relaxamento das medidas de restrições revelam o quanto as perspectivas de melhora econômica da Europa podem ser afetadas pela disseminação da altamente contagiosa variante delta, que deve responder por 90% dos novos casos na Europa neste mês de julho.
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Mercado de olho nos riscos
O surto recente é um dos fatores com que os economistas estão lidando enquanto tentam avaliar a força da recuperação da economia na zona do euro. Outros riscos considerados são os gargalos na cadeia de suprimento, que estão criando problemas nas linhas de produção de montadoras e outras empresas do setor industrial, além do perigo de governos da Europa cortarem a ajuda fiscal cedo demais e enfraquecer a recuperação.
Apesar dessas preocupações, a maioria dos economistas continua otimista com as perspectivas. No segundo trimestre, a zona do euro cresceu 2% e saiu da recessão. A expectativa é de que o PIB da zona do euro crescerá entre 4% e 5% neste ano e no próximo, o maior ritmo desde que a moeda única foi criada há mais de duas décadas, após contração recorde de 6,6% no ano passado.