Balançar a perna sem parar, um comportamento conhecido como “fidgeting”, é uma ação muitas vezes inconsciente. A psicologia explica que esse hábito serve como uma válvula de escape para a energia nervosa, ajudando a regular a ansiedade e, surpreendentemente, a melhorar a concentração.
Uma válvula de escape para a ansiedade e o estresse
O ato de balançar a perna é uma das manifestações físicas mais comuns de um estado de ansiedade ou estresse. Quando estamos nervosos, nosso corpo entra em um estado de alerta e produz excesso de energia e adrenalina. O movimento repetitivo ajuda a liberar essa tensão acumulada de uma forma contida.

É um comportamento de autorregulação que permite que o corpo dissipe a energia que, de outra forma, poderia se manifestar como um sentimento avassalador de inquietação. Funciona como um escape de pressão, mantendo a ansiedade em um nível mais gerenciável.
Como o movimento pode, na verdade, aumentar a concentração?
Embora pareça contraditório, o “fidgeting” pode ajudar a focar. Para muitas pessoas, especialmente aquelas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um leve estímulo físico ajuda a manter o cérebro engajado e alerta durante tarefas monótonas ou que exigem atenção prolongada.
O movimento de baixo nível fornece um estímulo sensorial que impede o cérebro de “desligar” por tédio. Isso explica por que muitas pessoas balançam a perna durante uma reunião longa ou enquanto estudam. Os principais motivos para o hábito são:
- Liberação de energia nervosa causada por estresse ou ansiedade.
- Aumento da concentração e do foco durante tarefas cognitivas.
- Combate ao tédio e à subestimulação do cérebro.
- Uma forma de queimar calorias de forma secundária (NEAT – Non-exercise activity thermogenesis).
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A ligação com o tédio e a necessidade de estímulo
O tédio é um gatilho poderoso para o balançar das pernas. Quando o cérebro não está recebendo estímulos suficientes do ambiente, ele busca uma forma de se manter ativo. O movimento repetitivo e rítmico fornece a quantidade certa de estímulo para preencher esse vazio sem exigir esforço cognitivo, veja abaixo o vídeo do canal Drauzio Varella:
É uma forma que o corpo encontra de se manter “ocupado” e engajado quando a mente está ociosa. Esse comportamento é particularmente comum em situações passivas, como assistir a uma palestra ou esperar em uma fila.
Quando o balançar da perna se torna um sinal de alerta?
Na maioria dos casos, balançar a perna é inofensivo. No entanto, se o impulso de mover as pernas for irresistível, incontrolável e acompanhado por uma sensação desconfortável de formigamento, especialmente durante o repouso ou à noite, pode ser um sintoma da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI).
A SPI é uma condição neurológica que requer avaliação médica. A principal diferença é a sensação: o “fidgeting” é uma distração, enquanto a SPI é uma necessidade desconfortável e muitas vezes perturbadora. Se o hábito afeta seu sono ou bem-estar, é importante procurar um profissional de saúde.
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