BM&C NEWS
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
No Result
View All Result
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
No Result
View All Result
BM&C NEWS
No Result
View All Result

Sem acordo, shutdown nos EUA se torna o mais longo da história

Renata Nunesby Renata Nunes
05/11/2025

Os Estados Unidos vivem atualmente o mais longo shutdown federal de sua história, após completar 36 dias de paralisação parcial do governo e ultrapassar o shutdown registrado entre 2018 e 2019, que durou 35 dias. A crise orçamentária, provocada pelo impasse entre o presidente Donald Trump e o Congresso, já suspendeu o pagamento de centenas de milhares de servidores públicos, interrompeu serviços essenciais e ameaça o fornecimento de alimentos a milhões de americanos. O conflito ocorre após o vencimento das autorizações de gasto federal e reflete o agravamento da polarização política no país.

O presidente Trump tem resistido a negociar com líderes democratas e afirmou que os benefícios alimentares e programas federais de assistência só serão retomados quando os “radicais de esquerda” aceitarem um acordo para reabrir o governo. Enquanto isso, serviços públicos continuam paralisados e as agências federais operam com equipes reduzidas, afetando desde a segurança alimentar até o processamento de impostos e o funcionamento de parques nacionais.

O que é um shutdown e por que acontece?

Um shutdown ocorre quando o Congresso dos EUA não aprova a tempo o orçamento federal ou as chamadas continuing resolutions (CRs), que prorrogam o financiamento do governo. Pela legislação americana, o Executivo não pode gastar sem autorização legislativa. Quando o prazo expira, as agências federais devem suspender todas as atividades não essenciais e colocar servidores em licença não remunerada. Apenas serviços de segurança nacional, controle aéreo e saúde emergencial continuam em operação, com funcionários trabalhando temporariamente sem pagamento.

Desde a década de 1980, os shutdowns passaram a ser aplicados de forma mais rígida, após pareceres jurídicos determinarem que, sem verba aprovada, as agências devem encerrar operações. Essa característica é praticamente exclusiva do sistema político norte-americano, em que a separação de poderes impede o presidente de forçar a aprovação de gastos e o Congresso detém o controle sobre o orçamento.

Por que o impasse atual se prolonga tanto?

O atual shutdown é resultado direto da falta de acordo entre republicanos e democratas sobre a destinação dos recursos federais. O ponto central da disputa envolve o financiamento de programas sociais e o controle de gastos. Trump, pressionado por alas conservadoras do partido, se recusa a sancionar o orçamento sem cortes adicionais e acusa os democratas de paralisar o país por motivos políticos.

Enquanto isso, a oposição argumenta que a Casa Branca tenta impor um orçamento desequilibrado, que privilegia setores militares e reduz programas civis. A ausência de consenso entre as duas câmaras do Congresso, o Senado, de maioria republicana, e a Câmara, sob controle democrata, impede a aprovação de novas leis de financiamento, levando ao bloqueio orçamentário. Economistas alertam que cada semana de paralisação reduz o crescimento do PIB e compromete a confiança dos consumidores e investidores.

Os últimos shutdowns americanos

O último shutdown mais prolongado shutdown já registrado nos EUA ocorreu recentemente, entre 22 de dezembro de 2018 e 25 de janeiro de 2019, durante o primeiro mandato do governo Donald Trump. Foram 35 dias de paralisação parcial, superando todos os recordes anteriores. O impasse teve origem em uma acirrada disputa sobre o financiamento de um muro na fronteira com o México, promessa de campanha de Trump. O presidente exigia que o orçamento incluísse US$ 5,7 bilhões para a construção do muro, mas a oposição no Congresso se recusou a aprovar esses recursos. Sem acordo, expirou em 21 de dezembro o prazo de um CR que mantinha temporariamente os fundos de várias agências, iniciando o shutdown.

Leia Mais

Donald Trump

“Inflação ameaça popularidade de Trump”, diz economia

4 de novembro de 2025
Lula e Trump em encontro na Malásia.

Lula vai telefonar para Trump caso negociações não avancem

4 de novembro de 2025

Trump, apoiado por aliados conservadores, insistiu que não sancionaria nenhuma lei orçamentária sem a verba do muro. Do outro lado, os democratas permaneciam inflexíveis contra o financiamento da barreira fronteiriça, que consideravam caro e ineficaz. O resultado foi um impasse prolongado: aproximadamente 800 mil funcionários federais ficaram sem pagamento, cerca de metade impedidos de trabalhar (licença forçada) e a outra metade trabalhando sem remuneração, em serviços essenciais. Entre os impactos:

  • Parques nacionais foram fechados ou operaram com equipe mínima;
  • museus e monumentos em Washington ficaram trancados;
  • inspeções alimentares, processamento de reembolsos fiscais e outros serviços federais foram interrompidos ou atrasados.

A pressão pública crescia à medida que os efeitos se espalhavam. Estimativas do Congressional Budget Office (CBO) indicaram um prejuízo considerável à economia, bilhões de dólares em atividades produtivas deixaram de ocorrer durante o período. Diante do desgaste, o presidente Trump anunciou em 25 de janeiro um acordo temporário (sem o dinheiro do muro), para reabrir o governo por três semanas.

Esse acordo encerrou o shutdown mais longo da história. Posteriormente, em fevereiro, o impasse orçamentário foi resolvido por meio de uma lei de gastos que concedeu US$ 1,375 bilhão para barreiras na fronteira, bem abaixo do valor exigido inicialmente.

Outros shutdowns relevantes e seus contextos

Além de 2018-2019, outras paralisações governamentais marcantes ficaram registradas na história recente dos EUA. Abaixo, algumas das mais significativas, todas com duração de pelo menos vários dias.

1995-1996: Confronto de Clinton com o Congresso

Antes de 2019, o recorde de shutdown mais longo pertencia ao embate entre o presidente Bill Clinton e o Congresso dominado pelos republicanos em 1995-1996. Foram dois shutdowns consecutivos naquele ano fiscal, o segundo durando 21 dias (de 16 de dezembro de 1995 a 6 de janeiro de 1996). O confronto girou em torno do plano orçamentário da maioria republicana, liderada pelo então presidente da Câmara, Newt Gingrich, que propunha cortes profundos em programas sociais e outras medidas para equilibrar o orçamento em 7 anos, juntamente com reduções de impostos. Clinton vetou projetos de lei de despesas que, em sua visão, continham cortes “excessivos e inaceitáveis” nessas áreas. Em retaliação, o Congresso republicano se recusou a aprovar fundos temporários, provocando a paralisação como forma de pressionar o Presidente a ceder aos cortes.

Clinton, entretanto, manteve-se firme. Em pronunciamentos enfáticos, acusou os líderes do Congresso de “fechar o governo para forçar seu programa radical” e declarou que não aceitaria “deixar nossos filhos com um legado de negligência” em nome de austeridade fiscal. No primeiro shutdown dessa disputa (de 14 a 19 de novembro de 1995), cerca de 800 mil servidores foram dispensados do trabalho, fechando parques nacionais, museus, passaportes deixaram de ser emitidos, e serviços como coleta de lixo em Washington D.C. foram interrompidos. Uma trégua breve ocorreu, mas as divergências logo retornaram, levando ao segundo shutdown muito mais longo no Natal/Ano Novo de 95-96. Nessa segunda rodada, algumas agências já tinham orçamento aprovado, de modo que aproximadamente 280 mil funcionários foram afetados. Mesmo assim, o impacto foi amplo, turistas encontraram monumentos fechados durante as festas de fim de ano, pedidos de passaporte e benefícios atrasaram e contratos federais ficaram suspensos, prejudicando negócios locais.

Após três semanas de paralisação, a opinião pública majoritariamente culpou o Congresso pelo impasse, e os republicanos recuaram. Clinton emergiu politicamente fortalecido. Um acordo bipartidário foi enfim alcançado para reabrir o governo em janeiro de 1996, prevendo um orçamento mais moderado.

2013: Disputa pelo Obamacare

Em outubro de 2013, ocorreu um shutdown de 16 dias durante o governo do presidente Barack Obama, motivado por conflitos em torno da reforma do sistema de saúde conhecida como Obamacare. Na época, uma facção conservadora no Congresso, condicionou a aprovação do orçamento à revogação ou adiamento da Lei de Cuidados de Saúde Acessíveis (ACA), principal realização legislativa de Obama. Em 1º de outubro de 2013, sem acordo sobre o financiamento, o governo ficou sem verba no início do novo ano fiscal.

Obama e os democratas recusaram terminantemente quaisquer mudanças na lei de saúde via coerção orçamentária. Como resultado, a máquina pública entrou em pausa, aproximadamente 800 mil funcionários federais foram imediatamente colocados em licença não remunerada, no início da paralisação. Serviços federais considerados “não-essenciais” foram suspensos em todo o país. Parques nacionais fecharam suas portas, centros de pesquisa e agências reguladoras pararam suas atividades, e até tratamentos clínicos experimentais financiados pelo governo sofreram interrupção.

Do ponto de vista político, o então presidente adotou uma postura firme. “Os republicanos na Câmara dos Representantes escolheram fechar o governo por causa de uma lei de saúde de que não gostam”, declarou Obama em rede nacional durante a crise. A pressão da opinião pública rapidamente se voltou contra o Congresso. Com as pesquisas indicando que a maioria dos norte-americanos desaprovava usar o fechamento do governo como tática contra o Obamacare, alguns republicanos moderados se juntaram aos democratas para aprovar uma lei orçamentária temporária sem exigir mudanças na saúde. Em 17 de outubro de 2013, o impasse chegou ao fim com a reabertura do governo, sem concessões significativas quanto ao Obamacare, que permaneceu intacto.

Por que só os EUA?

Uma pergunta frequente é por que apenas os EUA parecem sofrer com shutdowns. A resposta está nas particularidades do sistema político americano, nos EUA vigora a separação rígida de poderes. O presidente não pode demitir o Congresso nem forçar a aprovação de leis orçamentárias; ao mesmo tempo, o Congresso detém exclusivamente o “poder da bolsa”, decidindo sobre todos os gastos. Se Executivo e Legislativo não chegam a um acordo, não há uma solução automática: o impasse persiste e o financiamento cessa. Além disso, os EUA não possuem por padrão um orçamento plurianual ou autorizações de gastos continuadas, o financiamento é anual e deve ser renovado a cada ano fiscal (ou estendido via CRs). Em muitos outros países, mesmo na ausência de novo orçamento, mecanismos legais asseguram a continuidade temporária da despesa no nível anterior. Nos EUA, porém, a lei proíbe gastar sem aprovação, e após as interpretações de 1980, essa proibição passou a ser levada ao pé da letra.

Em suma, os shutdowns são um produto das checks and balances (freios e contrapesos) da democracia americana, aliados à polarização política. Eles representam momentos em que esses contrapesos entram em choque a ponto de paralisar a máquina pública. Como vimos, tais situações já ocorreram tanto sob governos republicanos quanto democratas, e por motivos variados, mas sempre carregando lições de cautela. Cada shutdown reforça, para políticos e eleitores, os limites de usar a paralisação como tática, a pressão popular contra o impasse tende a crescer exponencialmente a cada dia sem serviços, tornando a estratégia politicamente arriscada.

governo americano enfrenta shutdown

Sem acordo no Congresso, shutdown nos EUA se torna o mais longo da história. Créditos: depositphotos.com / Vacclav

Tags: BMC5congresso americanoEstados UnidosSHUTDOWNtrump
336x280

Notícias

Resultados do Itaú reforçam liderança; analistas destacam solidez do banco

Nova York elege prefeito socialista de 34 anos, muçulmano e pró-Palestina

Mercado espera Selic estável e atenção se volta ao tom do comunicado do Copom

Ibovespa renova recorde e fecha acima dos 150 mil pontos

  • All
  • análise
governo americano enfrenta shutdown
INTERNACIONAL

Sem acordo, shutdown nos EUA se torna o mais longo da história

5 de novembro de 2025
advisor talks
EMPRESAS E NEGÓCIOS

Advisor Talks reúne líderes do mercado no WTC São Paulo em novembro

5 de novembro de 2025
itaú
EMPRESAS E NEGÓCIOS

Resultados do Itaú reforçam liderança; analistas destacam solidez do banco

5 de novembro de 2025
mercado de ações
MERCADOS

Itaú, GPA, Prio, CSN: as ações para deixar no radar nesta quarta

5 de novembro de 2025

Leia Mais

Banco Central mira transparência nas fintechs e alerta para carga tributária

Banco Central mira transparência nas fintechs e alerta para carga tributária

by Redação BM&C News
8 de setembro de 2025
0

O Banco Central intensificou a vigilância sobre fintechs e operações de intermediação após episódios recentes que expuseram fragilidades fora do...

azul

Azul dispara com resultado operacional robusto em julho

by Rafael Lara
1 de setembro de 2025
0

As ações da Azul (AZUL4) tiveram um dos desempenhos mais expressivos do mercado nesta segunda-feira (1º de setembro de 2025)....

Analistas veem cautela dos investidores após interpretação de Dino sobre lei estrangeira

“Decisão de Dino no STF aumenta cautela de investidores”, dizem especialistas

by Redação BM&C News
20 de agosto de 2025
0

A recente decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à aplicação de leis estrangeiras no...

Curva dos Treasuries reflete incertezas sobre política monetária americana

O que a evolução dos Treasuries revela sobre juros e inflação nos EUA

by Redação BM&C News
19 de agosto de 2025
0

O comportamento dos Treasuries desde 2022 mostra como as taxas dos títulos do Tesouro americano acompanharam a política monetária do...

Unidade de mistura de minério de ferro em porto na China

Minério de Ferro dispara com expectativa de novos estímulos na China

by Lucas Tadeu
7 de outubro de 2024
0

O mercado de minério de ferro tem vivenciado uma alta expressiva nas últimas semanas, impulsionado por expectativas de estímulos econômicos...

Foto: MZ

Transformando dados em estratégia nas divulgações de resultados

by Redação BM&C News
2 de outubro de 2024
0

A narrativa no mercado de capitais é muito mais do que uma simples história; ela é o fio condutor que...

Notas de 100 reais | Fonte: Pexels

30 Anos Plano Real: Como a estabilidade econômica transformou o planejamento financeiro dos brasileiros

by Redação BM&C News
1 de outubro de 2024
0

Em 2024 celebramos os 30 anos do Plano Real, um divisor de águas na história econômica do Brasil. Antes da...

desemprego no Brasil

Como é que a taxa de emprego aumenta e o seguro-desemprego cresce?

by Aluizio Falcão Filho
30 de setembro de 2024
0

Certos dados macroeconômicos são difíceis de entender no Brasil. Um exemplo é a recente alta de juros em um cenário...

Estratégias de investimento e desafios dos fundos multimercados em 2024

by Lucas Tadeu
23 de setembro de 2024
0

Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, falou sobre sua trajetória e a importância de uma boa estratégia de alocação...

NГѓВєmero de apostadores no Brasil supera em 7 vezes o de investidores, aponta pesquisa do IBGE

O crescimento das apostas no Brasil e seus desafios econômicos

by Lucas Tadeu
16 de setembro de 2024
0

O mercado de apostas esportivas e jogos de azar no Brasil está crescendo exponencialmente. Em 2023, 22 milhões de brasileiros...

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.

No Result
View All Result
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.