O intervalo para descanso visual em atividades no computador não é só uma boa prática: ele integra a organização ergonômica do trabalho prevista na NR-17. As pausas ajudam a reduzir fadiga ocular, desconfortos musculares e quedas de desempenho. Neste guia, você entende o que a norma exige, quando há tempos definidos e como aplicar pausas curtas sem perder produtividade.
- NR-17 prevê pausas como medida de prevenção e determina requisitos mínimos de fruição.
- Para teleatendimento, há tempos de pausa objetivos (10 + 10 min e intervalo de 20 min).
- No demais trabalho em computador, a empresa deve definir pausas via avaliação ergonômica.
O que a NR-17 exige sobre pausas e descanso visual?
A NR-17 trata da organização do trabalho e autoriza o uso de pausas como medida de prevenção para recuperar o corpo e a visão, devendo ser computadas como tempo de trabalho, usufruídas fora do posto e sem aumento de cadência. Segundo a NR-17 atualizada e publicada no portal do Ministério do Trabalho e Emprego, quando não for possível alternar tarefas, as pausas tornam-se obrigatórias.

Existe tempo mínimo de pausa para quem trabalha ao computador?
Para a maior parte das atividades em computador (escritório, análise, programação, etc.), a NR-17 não fixa um tempo único de descanso visual. A frequência e a duração devem ser definidas pela avaliação ergonômica da atividade (AEP/AET), considerando exigência visual, ritmo, repetitividade e cargas posturais previstas na norma.
Na prática, empresas costumam adotar micro-pausas curtas (por exemplo, 1–2 minutos a cada 20–30 minutos) e pausas um pouco maiores ao longo do turno, sempre contabilizadas como tempo de trabalho e fora do posto. Esses parâmetros são orientativos e devem ser validados pela análise ergonômica interna.
Teleatendimento e digitação intensiva têm regras específicas
Para teleatendimento/telemarketing, a NR-17 traz tempos objetivos: duas pausas de 10 minutos (uma após os primeiros 60 minutos e outra antes dos últimos 60 minutos de trabalho) e intervalo de 20 minutos para repouso e alimentação; até 4 horas de trabalho efetivo, há uma pausa contínua de 10 minutos. Conforme o Anexo II da NR-17 disponibilizado oficialmente, todas essas pausas integram a jornada e devem ser registradas.
Atenção: essas regras específicas não substituem o intervalo intrajornada da CLT; elas se somam aos demais direitos de organização do trabalho previstos em legislação.
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Como organizar o descanso visual no dia a dia?
Comece mapeando a exigência visual das tarefas: leitura contínua de tela, comparação de dados, edição gráfica e monitoramento prolongado tendem a demandar pausas mais frequentes. Use indicadores como queixa de ardor ocular, visão embaçada temporária e dor de cabeça para calibrar o plano.
- Planeje micro-pausas: levante-se, mude o foco para longe, pisque mais vezes e hidrate os olhos se houver orientação médica.
- Alterne tarefas: intercale atividades de alta demanda visual com outras de menor exigência.
- Ajuste o posto: altura de monitor, brilho/contraste, distância de visualização e iluminação reduzem esforço ocular e postural.
- Registre e acompanhe: pausas devem ser registradas e monitoradas para ver eficácia e aderência.
Dica rápida: ao finalizar cada bloco de trabalho, afaste-se do posto e mude a postura; a NR-17 orienta que pausas sejam realizadas fora do posto, sem aumento de cadência na volta.
Como alinhar pausas com a CLT e com metas de produção
O intervalo intrajornada (refeições/repouso) segue a CLT e é distinto das pausas ergonômicas; organize a escala de forma que metas não inviabilizem o descanso visual. Em equipes com atendimento contínuo, dimensione o efetivo para permitir a saída do posto sem prejuízo do serviço, regra também prevista para cenários como o teleatendimento na própria NR-17.
Gestão na prática: inclua as pausas no PGR, formalize o procedimento em política interna, registre a fruição e treine lideranças para incentivar a alternância de tarefas e o uso adequado dos ajustes do mobiliário.
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Pausas bem planejadas reduzem fadiga visual e melhoram o desempenho
Quando a empresa aplica pausas ergonômicas com base na atividade real, há menos queixas oculares, mais conforto e ganhos de foco. O retorno vem em qualidade, segurança e produtividade sustentada.
- Defina micro-pausas compatíveis com a tarefa e registre a fruição como tempo de trabalho.
- Use a avaliação ergonômica para calibrar frequência/duração e alternar atividades de alta demanda visual.
- Garanta condições do posto (iluminação, monitor, postura) e comunicação clara sobre como e quando pausar.