Mesmo com a legislação trabalhista vigente, há práticas cotidianas que podem levar o trabalhador a abrir mão ou perder direitos sem se dar conta. Conhecer essas situações ajuda a proteger seu vínculo e exigir garantias. A seguir, veja os cenários mais comuns.
- Não formalizar verbalmente combinados extras
- Aceitar banco de horas sem controle
- Trabalhar sem registro ou informalmente
- Não reivindicar férias ou 13º salário em contratos curtos
- Aceitar prorrogações de contrato além dos limites legais
Acordos verbais sobre horas extras ou benefícios
Muitos trabalhadores aceitam verbalmente que farão horas extras sem registro ou que certos benefícios serão concedidos “adiante”. Sem comprovação, esses combinados podem ser negados futuramente. O ideal é registrar tudo por escrito — e a empresa nunca pode condicionar o pagamento à “boa vontade”.
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Banco de horas sem controle adequado
O uso de banco de horas exige previsão em acordo ou convenção coletiva. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho publicada no Portal do Planalto, o banco de horas só pode ser instituído por meio de acordo coletivo ou individual, respeitando limites legais de compensação. Se adotado sem regra formal, você pode perder o direito de receber ou compensar as horas corretamente.
Trabalhar sem registro ou como “informal” mesmo com vínculo real
Quando o empregador não registra o trabalhador na carteira — mesmo havendo subordinação, habitualidade e salário — essa omissão pode gerar perda de benefícios como FGTS e seguro-desemprego. Conforme orientações oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego, o registro em carteira é obrigatório desde o primeiro dia de trabalho, e a ausência dessa formalização caracteriza infração.
Contratos curtos que não contemplam férias ou décimo terceiro
Alguns acreditam que contratos muito curtos não geram direito a férias ou 13º. Isso é equivocado: mesmo em contratos temporários ou de experiência, o trabalhador tem direito a receber valores proporcionais a férias acrescidas de 1/3 e 13º salário, salvo exceções legais expressas. Esses direitos são garantidos independentemente da duração, desde que haja vínculo empregatício.
Prorrogar contratos além dos limites legais
Nos contratos por prazo determinado (ou de experiência), a lei estabelece limites de prorrogação. Quando esses limites são ultrapassados, o contrato pode ser convertido em prazo indeterminado, com todas as consequências legais. Essa prática expõe o trabalhador a perda de clareza contratual e risco de não receber verbas adequadas.
Situações que exigem atenção constante
Estar atento a essas cinco situações evita a perda de direitos. Formalizar combinados, exigir registro e acompanhar o cumprimento das obrigações assegura maior proteção ao trabalhador.
- Exija contrato formal desde o primeiro dia de trabalho
- Confirme o banco de horas em acordo escrito ou coletivo
- Verifique depósitos de FGTS e contribuições previdenciárias
- Solicite férias e 13º proporcionais mesmo em contratos curtos
- Fique atento a prorrogações para não perder garantias legais