O governo planeja mais impostos no orçamento de 2026, em busca de novas fontes de arrecadação. A medida surge em um cenário de renda média e participação elevada do Estado no PIB, levantando debates sobre a eficácia dessa estratégia para estimular o crescimento econômico.
Segundo a economista Andressa Durão, da ASA, apenas aumentar a carga tributária não resolve os problemas estruturais do Brasil. Ela destaca que “a estratégia de aumentar tributos sozinha não é suficiente”. Para a especialista, o foco deve estar também na revisão da atuação das estatais, que drenam recursos essenciais.
Qual o impacto quando o governo planeja mais impostos?
De acordo com Durão, a insistência em elevar tributos pode levar o país a um ciclo de baixo crescimento. O governo planeja mais impostos sem considerar medidas complementares, o que aumenta o risco de estagnação econômica. “O Brasil corre o risco de ficar preso na armadilha da renda média, com investimentos travados por juros altos e pela atuação estatal”, afirma.
Além disso, a concentração de recursos no Estado pode reduzir a eficiência dos gastos públicos, já que empresas estatais mantêm estruturas consideradas ineficientes. Esse contexto fragiliza a confiança de investidores e amplia a percepção de risco no mercado brasileiro.
Como os juros altos agravam o cenário quando o governo planeja mais impostos?
Os juros elevados no Brasil já representam um desafio significativo para empresas e consumidores. Quando o governo planeja mais impostos, esse efeito é intensificado, pois o custo de crédito se torna proibitivo. Durão explica: “Com juros altos, o dinheiro fica caro, os investimentos caem e a geração de empregos é prejudicada”.
Por outro lado, a combinação de política fiscal restritiva e política monetária rígida pode desestimular ainda mais o crescimento, criando um ambiente de baixa confiança e menor disposição para investimentos privados.
Quais alternativas o governo deveria adotar em vez de mais impostos?
A economista aponta que medidas estruturais são essenciais para reverter o cenário. Em vez de depender exclusivamente da tributação, o Brasil deve adotar reformas que modernizem o Estado e promovam maior eficiência nos gastos públicos. Entre as alternativas sugeridas estão:
- Reforma tributária: simplificação do sistema de impostos para reduzir custos e aumentar a competitividade.
- Privatização de estatais: Petrobras, Banco do Brasil, Correios e aeroportos são exemplos que poderiam liberar recursos.
- Reformas estruturais: medidas para modernizar a máquina pública e direcionar recursos a investimentos produtivos.
Nesse sentido, o aumento de impostos deve ser apenas parte de uma estratégia mais ampla, voltada a garantir sustentabilidade fiscal e crescimento econômico.
Quais os desafios futuros se o governo planeja mais impostos?
Os desafios do Brasil não se limitam à arrecadação. A economista alerta que, se não houver mudanças rápidas, o país pode enfrentar um prolongamento da estagnação. “Se não agirmos, veremos um prolongamento da crise que impacta a população e a economia em geral”, afirma Durão.
Portanto, a discussão sobre tributação precisa vir acompanhada de reformas estruturais e privatizações que aumentem a eficiência do Estado. Sem isso, o fato de que o governo planeja mais impostos pode apenas reforçar a percepção de um ambiente pouco favorável a investimentos e crescimento sustentável.
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