A valorização do dólar em relação a diversas moedas globais continua a ser uma preocupação central na economia dos Estados Unidos. O economista Bruno Corano, em recente entrevista, destacou que essa valorização não apenas afeta a competitividade americana, mas também está ligada a um histórico de desvalorização das moedas de grandes exportadores, como Índia, Indonésia e Taiwan. Segundo Corano, “essa situação é complexa e não é recente, dificultando a redução do déficit comercial dos EUA.“
Uma das ferramentas utilizadas para entender essa dinâmica é o famoso Big Mac Index, que compara o poder de compra entre diferentes países. Essa análise permite visualizar como as moedas de países exportadores estão frequentemente desvalorizadas em comparação ao dólar, criando um desafio para a competitividade das exportações americanas. O economista aponta que “a persistência dessa desvalorização ao longo das décadas mostra que os EUA têm poucas opções para mudar esse cenário.”
Dólar, juros e fiscal
A questão fiscal e monetária nos Estados Unidos também desempenha um papel crucial nesse contexto. Policymakers enfrentam um dilema ao tentar equilibrar a necessidade de estimular a economia e, ao mesmo tempo, manter a força do dólar. Corano afirma que “as taxas de juros e a política fiscal precisam ser cuidadosamente calibradas para evitar uma pressão adicional sobre o déficit comercial.”
O cenário macroeconômico global tem se mostrado desafiador, especialmente com a crescente interdependência das economias. O economista alerta que “a continuidade da desvalorização das moedas de outros países pode levar a uma guerra cambial, onde cada nação tenta proteger sua competitividade, exacerbando ainda mais as tensões comerciais.“
Para investidores, a valorização do dólar pode representar tanto desafios quanto oportunidades. Corano sugere que “uma estratégia diversificada, que considere a exposição a mercados emergentes e ativos denominados em outras moedas, pode ajudar a mitigar riscos. Investir em setores que se beneficiem da força do dólar, como tecnologia e finanças, também pode ser uma opção viável.“