Por Carlos Castro*
Desde 23 de maio de 2025, o governo elevou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para 3,5% em todas as operações de câmbio destinadas ao exterior. Isso inclui compras com cartões de crédito e débito, cartões pré-pagos internacionais, remessas para contas bancárias fora do país e outras formas de envio de dinheiro para fins turísticos.
Se você tem uma viagem marcada ou está no processo de planejamento, ainda é possível tomar decisões que minimizem o impacto no seu bolso. A seguir, explico o que mudou e o que você pode fazer agora para se preparar.
O que muda com a nova regra
Antes da alteração, o IOF variava conforme o tipo de transação:
• Cartão de crédito internacional: 3,38%.
• Cartão de débito e pré-pago: 1,1%.
• Remessas para terceiros (ex: familiares): 0,38%.
• Transferências para conta própria no exterior: 1,1%.
Com a nova regra, todas essas operações passaram a ter uma alíquota unificada de 3,5%. Isso inclui o cartão de crédito, que antes estava em processo de redução gradual da alíquota até 2028 — política que agora foi revertida.
Como o IOF é calculado
O IOF incide sobre o valor convertido para reais da operação.
Por exemplo:
• Se você fizer uma compra de 1.000 dólares e o câmbio estiver em R$ 5, o valor total em reais será de R$ 5.000.
• Com a alíquota anterior de 1,1%, o IOF seria R$ 55.
• Com a nova alíquota de 3,5%, o imposto passa para R$ 175.
Essa diferença impacta significativamente o orçamento, sobretudo em viagens longas ou com despesas mais altas.
Como reduzir os impactos do novo IOF
Com a nova alíquota já em vigor, o segredo está em fazer escolhas financeiras mais inteligentes. Veja abaixo algumas estratégias:
- Pesquise cartões com cashback sobre IOF
Alguns cartões internacionais oferecem restituição parcial ou total do IOF em forma de cashback. Essa é uma forma legítima de recuperar parte do imposto pago — e pode representar uma economia relevante.
- Compare spreads bancários
O IOF é fixo, mas o câmbio varia entre instituições. Bancos, fintechs e casas de câmbio aplicam diferentes spreads ou taxas sobre a cotação comercial. Pesquisar e comparar esses valores pode fazer grande diferença no valor final pago.
- Faça câmbio médio: troque aos poucos
A volatilidade cambial é real. Por isso, uma boa estratégia é comprar moeda estrangeira aos poucos, ao longo das semanas que antecedem a viagem. Isso permite formar um câmbio médio, diluindo o risco de comprar em um momento de alta.
- Considere levar dinheiro em espécie
Levar parte da quantia em espécie pode ser vantajoso. Casas de câmbio costumam oferecer boas condições, especialmente para pagamentos em dinheiro e compras fracionadas.
Atenção: valores acima de R$ 10 mil devem ser declarados à Receita Federal. Além disso, leve sempre em consideração a segurança no transporte.
- Antecipe pagamentos internacionais quando possível
Se você já sabe onde vai se hospedar, alugar carro ou fazer passeios, antecipar os pagamentos em reais ou com câmbio fixado pode gerar economia e previsibilidade no orçamento.
- Recalcule seu orçamento de viagem
Com o novo IOF, é fundamental revisar seu planejamento. Avalie como distribuir seus recursos entre as diferentes formas de pagamento e priorize aquelas que oferecem menor custo efetivo total.
Conclusão: o que fazer agora?
Mesmo com o novo IOF em vigor, ainda é possível minimizar o impacto:
• Escolha bem o tipo de cartão.
• Compare spreads e taxas.
• Forme câmbio médio.
• Antecipe pagamento de despesas.
Em uma viagem com R$ 10 mil de gastos, a escolha de um cartão com cashback pode representar uma economia de até R$ 350. Para uma família ou uma viagem longa, esse número pode ultrapassar os R$ 1.000.
Com organização e boas escolhas, você pode viajar com mais tranquilidade — e sem sustos no orçamento.
*Coluna escrita por Carlos Castro, planejador financeiro pessoal, CEO e sócio fundador da plataforma de saúde financeira SuperRico
As opiniões transmitidas pelo colunista são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News.
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