O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,52% em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (19). O número veio após revisão da taxa anterior, antes reportada como 0,40%.
Na comparação com fevereiro de 2024, o indicador apresentou crescimento de 3,49%, enquanto o acumulado em 12 meses atingiu alta de 4,17%, sinalizando uma retomada consistente da economia brasileira.
No trimestre encerrado em março, o IBC-Br teve elevação de 1,30% em relação ao trimestre anterior. O resultado reforça as projeções de crescimento acima do esperado para o primeiro semestre de 2025, mesmo em meio a um cenário de juros elevados e incertezas fiscais.
IBC-Br: destaques por setor
A agropecuária continua sendo um dos principais vetores de crescimento, com alta de 1,05% na margem. A indústria também teve desempenho robusto, com avanço de 2,15%, impulsionada especialmente pela produção extrativa e de bens de capital.
O setor de serviços, que representa a maior fatia do PIB, cresceu 0,30%, enquanto o componente de impostos teve leve expansão de 0,17%.
O índice que exclui a agropecuária, o chamado IBC-Br Ex-Agropecuária, registrou crescimento de 0,73%, o que reforça uma recuperação mais ampla e distribuída entre os setores econômicos.
Sinalizações do IBC-Br para o PIB e política monetária
O resultado do IBC-Br de fevereiro consolida a percepção de que o PIB do primeiro trimestre deve vir forte, o que pode reforçar a cautela do Banco Central em relação à política monetária. A autoridade monetária vem sinalizando que decisões futuras sobre os juros dependerão do balanço entre atividade econômica aquecida e as expectativas de inflação.
Os próximos dados oficiais do PIB serão divulgados pelo IBGE no fim de maio, e devem confirmar a leitura de um começo de ano mais positivo para a economia brasileira.
Opinião: Brasil deve crescer 1,5% na margem e de 3,0% na comparação anual
Para o economista Leonardo Costa, do ASA, os dados de março reforçam o cenário de aceleração da atividade econômica. “Com os números do primeiro trimestre completos, projetamos um crescimento de 1,5% na margem e de 3,0% na comparação anual para o PIB do período. A agropecuária deve ser o grande destaque, especialmente pelo forte desempenho observado em janeiro e fevereiro. Já os serviços mostram recuperação após perda de fôlego no fim de 2024, enquanto a indústria surpreendeu positivamente em março, após meses de desempenho mais contido. Excluindo o setor agropecuário, há uma aceleração gradual da atividade mês a mês, com março apresentando o melhor resultado até agora”, avaliou.