O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial da inflação no Brasil, apresentou um aumento de 0,56% em outubro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), dentro das expectativas do mercado. Da última vez, já tivemos também um dado que veio acima do esperado.
Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, o IPCA acumulou uma alta de 4,76%, acelerando em relação aos 4,42% registrados no período anterior. O principal fator responsável por esse avanço foi a elevação nas tarifas de energia elétrica, um dos componentes de maior peso na composição do índice.
Segundo análise de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a divulgação de hoje não trará maiores implicações para nossas projeções de inflação, que devem permanecer em 4,6% para 2024. Da mesma forma, as implicações para a política monetária são mínimas neste momento.
Em suma, os grandes vilões dessa alta foram habitação e alimentação que puxaram para cima o indicador. Na habitação, pesou a alta da energia elétrica devido a bandeira vermelha. Já no setor de alimentação, os vilões foram carne (+5,81%) e tomate (+9,82%), que tiveram altas relevantes.
De acordo com Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, com esse cenário de inflação corrente pressionada, o próximo Copom certamente continuará subindo os juros.
“A dúvida é o ritmo de subida e vejo que cresce até mesmo as projeções de aumentar 0,75 pp. Na minha opinião, o mercado deve abrir precificando juros futuros mais altos e bolsa no terreno negativo diante do indicador divulgado agora”, explicou o especialista.