Em 2024, um aumento significativo no número de trocas de auditores foi observado entre empresas de capital aberto no Brasil. Esse movimento segue as normas de governança que exigem a substituição periódica de auditores, com o objetivo de garantir a imparcialidade na análise das demonstrações financeiras. Segundo Cássio Rufino, COO e CFO da MZ, “as empresas de capital aberto precisam trocar esses auditores de tempos em tempos para garantir a imparcialidade na análise das finanças”.
Dados do terceiro trimestre do ano indicam que 57 empresas de seis setores diferentes realizaram a substituição de seus auditores, um aumento de cerca de 10% em relação ao mesmo período de 2023. O rodízio obrigatório dos auditores é uma prática comum no mercado, e sua finalidade é reforçar a confiança nas informações financeiras apresentadas ao público. “Esse número reflete a importância do rodízio obrigatório para as companhias abertas”, destacou Rufino.
Entre as auditorias mais contratadas em 2024, a KPMG lidera, enquanto a Ernest Young, que no ano anterior era a mais contratada, foi a mais substituída neste ano. “A KPMG foi a empresa de auditoria mais contratada pelas empresas que fizeram mudança”, explicou Rufino, observando que esse cenário reflete a confiança do mercado nos serviços prestados pela firma. Esse processo de substituição é essencial para manter a objetividade das auditorias e evitar que a relação entre a empresa e o auditor comprometa a análise financeira.
O mês de abril historicamente registra o maior número de trocas de auditores, devido à divulgação dos resultados anuais das empresas e às assembleias realizadas nessa época. “O principal motivo é que, nesse período, já tem a divulgação dos resultados anuais e as assembleias deliberam sobre essa troca”, disse Rufino.
A prática de trocar auditores é vista como parte integrante da governança corporativa das companhias, proporcionando uma maior transparência para analistas, investidores e o mercado em geral. “As companhias abertas têm esse grande compromisso com a governança corporativa para transmitir a melhor informação para o mercado”, concluiu Rufino.
Essa rotatividade contínua de auditores é um elemento importante na manutenção da confiança no mercado financeiro e deve ser considerada por investidores ao avaliar a governança das empresas.
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