A busca incessante da ciência por entender e tratar a doença de Alzheimer continua a render frutos. Recentemente, um estudo inovador realizado pela Universidade de Washington, em St. Louis, trouxe novas perspectivas sobre como medicamentos para dormir podem impactar este mal.
Os avanços sugerem uma conexão intrigante entre a qualidade do sono e a progressão do Alzheimer. Essa relação foi aprofundada por meio de uma investigação acerca dos efeitos de remédios para insônia no acúmulo de substâncias tóxicas no cérebro, ligadas à doença.

O que é a doença de alzheimer?
O Alzheimer afeta principalmente a memória, mas não só isso. Em estágios avançados, pode causar dificuldades na fala, no raciocínio e na percepção de estímulos sensoriais. Essas alterações ocorrem devido ao acúmulo de proteínas tóxicas que danificam os neurônios e as conexões cerebrais.
- Memória: Principalmente a memória recente tende a ser a mais afetada inicialmente.
- Fala: Pacientes podem ter dificuldade em encontrar palavras e formar frases.
- Raciocínio: Problemas na tomada de decisões e resolução de problemas complexos.
- Estímulos sensoriais: Dificuldades em reconhecer sons, objetos e até mesmo pessoas familiares.
Por que o sono é tão importante?
- Limpeza cerebral: Durante o sono, o cérebro realiza um processo de limpeza conhecido como “limpeza glinfática”, onde substâncias tóxicas, como as placas amiloides características do Alzheimer, são eliminadas. A interrupção desse processo pode levar ao acúmulo dessas placas e, consequentemente, ao desenvolvimento da doença.
- Consolidação da memória: O sono é fundamental para a consolidação da memória. Quando dormimos, as informações adquiridas durante o dia são processadas e armazenadas de forma mais eficiente. No Alzheimer, a perda de memória é um dos sintomas mais comuns, e o sono inadequado pode agravar esse problema.
- Regulação hormonal: O sono influencia a produção de hormônios importantes para a saúde cerebral, como a melatonina, que tem propriedades antioxidantes e neuroprotetoras.
- Inflamação: A privação de sono crônica está associada a um aumento da inflamação no cérebro, o que pode acelerar a progressão da doença de Alzheimer.
Como o sono influencia o Alzheimer?
A relação entre a qualidade do sono e o Alzheimer é um campo em constante desenvolvimento. Pesquisadores observaram que um sono reparador pode contribuir para a redução da produção de proteínas nocivas no cérebro. Um estudo recente descobriu que o uso do Suvorexant, um remédio normalmente prescrito para insônia, pode diminuir a presença dessas proteínas tóxicas.
Como esse medicamento atua?
Acredita-se que o suvorexant atue de diversas maneiras para beneficiar pacientes com Alzheimer ou com risco de desenvolvê-la:
- Limpeza cerebral: O medicamento parece estimular a limpeza glinfática, um processo natural que ocorre durante o sono e que é responsável por eliminar as placas amiloides e outras substâncias tóxicas do cérebro. Essas placas são características da doença de Alzheimer e contribuem para a perda de neurônios.
- Regulação do ciclo circadiano: O suvorexant ajuda a regular o ciclo circadiano, que controla os ritmos biológicos do corpo, incluindo o sono. Um ciclo circadiano saudável é essencial para a saúde cerebral e pode ajudar a prevenir o acúmulo de proteínas tóxicas.
- Redução da inflamação: A inflamação crônica é um fator de risco para o Alzheimer. Estudos sugerem que o suvorexant pode ajudar a reduzir a inflamação no cérebro, protegendo os neurônios.
Como foi conduzido o estudo?
A pesquisa envolveu inicialmente um grupo pequeno de indivíduos saudáveis que tomaram Suvorexant. O medicamento mostrou eficácia na redução do acúmulo de proteínas associadas ao Alzheimer, o que sugere que melhorar a qualidade do sono pode ser um passo importante na prevenção da doença.
O estudo teve como foco pessoas com distúrbios do sono, uma vez que dificuldade para dormir está frequentemente ligada a problemas de memória e declínio cognitivo. Promover um sono melhor seria, então, uma estratégia valiosa para mitigar os efeitos do Alzheimer.
O que podemos fazer?
- Priorizar o sono: Busque dormir pelo menos 7 a 8 horas por noite, em um ambiente escuro, silencioso e com temperatura agradável.
- Estabelecer uma rotina: Vá para a cama e acorde sempre no mesmo horário, mesmo nos finais de semana.
- Criar um ambiente propício ao sono: Evite telas (celular, computador, televisão) pelo menos uma hora antes de dormir, pratique atividades relaxantes, como leitura ou banho quente.
- Consultar um médico: Se você tem dificuldades para dormir, consulte um médico para identificar e tratar as possíveis causas.
Quais são as implicações finais do estudo?
Apesar dos resultados promissores, os especialistas advertem que ainda não é aconselhável começar a usar Suvorexant regularmente para prevenir o Alzheimer. Diversas etapas e validações adicionais são necessárias antes de recomendar tal prática ao público em geral. No entanto, essa pesquisa abre novos caminhos para futuras investigações e tratamentos.
Para mais informações:
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/alzheimer#:~:text=A%20Doença%20de%20Alzheimer%20(DA,neuropsiquiátricos%20e%20de%20alterações%20comportamentais.
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