Em uma entrevista reveladora no programa BM&C News, exibido no dia 20 de junho de 2024, o economista VanDyck Silveira expôs os principais desafios econômicos enfrentados pelo Brasil. Sob a condução da apresentadora Paula Moraes, Silveira destacou a gravidade da inflação e sua devastadora influência sobre o poder de compra da população. Segundo ele, “a inflação é a verdadeira vilã que diminui o poder de compra dos assalariados, ao contrário dos juros altos, que incentivam a poupança”.
Investimento no Brasil: Uma Crise de Décadas
Silveira foi enfático ao discutir a formação bruta de capital no Brasil, apontando que o índice não chega a 16% do PIB, quando o ideal seria pelo menos 25%. “Estamos há mais de 20 anos sem atingir os 20%, precisamos alcançar os 25% para garantir um crescimento sustentável”, afirmou o economista. A falta de investimento, de acordo com ele, é uma das principais razões para o baixo crescimento econômico e a inflação persistente.
Inflação: Papel do Governo e do Banco Central na Economia
Durante a entrevista, VanDyck Silveira não poupou críticas ao governo, responsabilizando-o pela inflação e pela má gestão da política econômica. “A função do Banco Central é manter uma política monetária independente e técnica. O governo deve controlar seus gastos e as transferências de renda sem contrapartida de trabalho”, enfatizou Silveira. Ele também defendeu a necessidade de manter os juros altos para evitar uma explosão inflacionária.
Críticas ao Setor Produtivo e Subvenções
Outro ponto polêmico abordado por Silveira foi a crítica do setor produtivo aos juros altos. Ele argumentou que, embora a crítica seja válida, esses setores também se beneficiam de subsídios e isenções fiscais que distorcem o mercado. “Para que suas críticas sejam levadas a sério, esses setores precisam abrir mão dessas subvenções”, desafiou o economista.
Urgência de Reformas Estruturais
Encerrando a entrevista, VanDyck Silveira destacou a importância de reformas estruturais abrangentes, especialmente no sistema tributário, para eliminar subsídios injustificados e promover um mercado mais competitivo. “A dependência de subvenções prejudica a eficiência e a competitividade da economia brasileira. Precisamos de uma reforma tributária vertical e transversal”, concluiu.
