O debate em torno da “revisão da vida toda” para aposentados e pensionistas segue acirrado no Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, o Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev), atuando como amicus curiae, solicitou à Corte máxima do país uma medida urgente: limitar os efeitos da decisão que põe em xeque a revisão dos benefícios previdenciários. Essa revisão é um tema crucial para milhares de brasileiros que buscam uma recalculação justa de suas aposentadorias baseando-se em todas as contribuições feitas ao longo da vida de trabalho.
Até o momento, o STF não finalizou o julgamento de um recurso do INSS que contesta a revisão. Essa ação poderia garantir uma aposentadoria mais vantajosa para muitos segurados. No entanto, o INSS defende que a aplicação dessa correção demandaria um cuidadoso estabelecimento de parâmetros, dada a grande repercussão financeira nas contas da Previdência Social, já marcada por seu déficit.
Argumentos e Revisão da Vida Toda do INSS

O Ieprev argumenta que a espera pela publicação do acórdão do STF coloca em risco os direitos já pleiteados por aposentados e pensionistas na justiça. Segundo o instituto, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam a existência de mais de 100 mil ações relativas à “revisão da vida toda” tramitando em várias instâncias judiciais. Nesse cenário, manter a suspensão desse direito até a finalização do julgamento impacta diretamente na vida de muitos brasileiros que dependem desses benefícios.
Quem seria beneficiado pela Revisão da Vida Toda?
Não é automaticamente que todos os aposentados podem ser contemplados com a “revisão da vida toda”. Existem critérios bem definidos: é necessário que o indivíduo tenha se aposentado nos últimos dez anos e entre 29 de novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019, período marcado pela última reforma da Previdência. Além disso, deve ter iniciado sua contribuição ao INSS antes de julho de 1994, ou seja, antes da implementação do Plano Real.
O que está em jogo com essa revisão?
A decisão do STF tem o potencial de alterar significativamente o cálculo das aposentadorias no Brasil. Até a decisão de 2022, o cálculo levava em conta apenas as remunerações a partir de julho de 1994. Com a “revisão da vida toda”, as contribuições anteriores a essa data também seriam consideradas, potencialmente aumentando o valor recebido pelos aposentados. Esse ajuste representa uma esperança de justiça previdenciária para muitos, mas também um desafio financeiro para o sistema, já que o governo estima uma economia de R$ 480 bilhões com a não implementação dessa revisão.
Em meio a essas discussões, o posicionamento do Ieprev destaca a importância de proteger os direitos dos aposentados e pensionistas que já entraram na justiça à espera de uma resposta. O desfecho dessa questão ainda está por vir, e muitos brasileiros aguardam ansiosamente por um resultado que reflita equidade e justiça na revisão de seus benefícios previdenciários.