No intuito de reverter os maus resultados financeiros observados nos últimos anos, o Bradesco anunciou recentemente a criação de uma nova categoria de alta renda. Esta nova categoria ficará situada entre os segmentos já existentes, o Prime e o Private Bank. Com a implementação desta mudança, cerca de 1,7 milhão de clientes serão beneficiados. A previsão para a implementação desta nova categoria é ainda para o ano de 2024.
Os Desafios financeiros do Bradesco
Em 2022, um alerta figure uma surpresa para os investidores do banco. De acordo com um balanço divulgado ao final daquele ano, os resultados financeiros do Bradesco foram inferiores às previsões do mercado. Durante o período da pandemia, a instituição liberou mais crédito do que deveria, o que gerou impactos significativos na inadimplência. Após isso, a situação financeira do banco não conseguiu ser revertida em 2023.
A criação da categoria alta renda afluente
Após a divulgação dos resultados financeiros do banco em 2023, que registrou uma redução nos lucros pelo segundo ano consecutivo, Noronha sugeriu a implementação de um novo plano estratégico para o banco. Ele apresentou uma proposta que prevê cinco pilares fundamentais para a reestruturação do banco. Um desses pilares é a criação do segmento alta renda afluente, destinado a clientes com rendas entre R$25 mil e R$1 milhão.
A nova categoria foi criada devido à identificação de uma brecha existente no atendimento do banco. Atualmente, o segmento Prime atende a faixa salarial de R$8 mil a R$25 mil, enquanto o Private Banking atende os clientes com faixa salarial superior a R$1 milhão. Com isso, identificou-se uma falha no atendimento a cerca de 1,7 milhão de clientes que possuem uma renda que os segmentos atuais não conseguem atender apropriadamente.
O futuro da alta renda afluente
Como já citado, a nova categoria do banco tem como previsão de lançamento o ano de 2024. No entanto, já é possível se observar um questionamento acerca da eficiência da nova categoria a longo prazo…
Isso porque em um passado recente, mais especificamente há 10 anos, a renda mínima para ser considerado um cliente Prime era de R$10 mil. Hoje, essa exigência caiu para R$8 mil. Esse incremento na base de clientes saiu caro para o banco, uma vez que muitos benefícios tiveram que ser oferecidos a esses clientes quase indiscriminadamente.
Com isso, o banco foi de encontro a um efeito colateral: a queda na qualidade dos serviços ofertados. Agora, um novo capítulo se inicia, onde uma nova categoria será criada para atender a quem não se sente devidamente atendido pelos segmentos atuais. O tempo dirá se essa “moda” pegará ou não.
