Adicional de insalubridade é devido quando a atividade expõe o trabalhador a agentes nocivos acima dos limites de tolerância. A legislação vigente define como comprovar, quais são os graus e quais percentuais se aplicam. Neste guia, você encontra os fundamentos, o passo a passo do cálculo e cuidados para manter o laudo sempre atualizado.
- Três graus: mínimo (10%), médio (20%) e máximo (40%).
- Comprovação depende de laudo técnico baseado na NR-15.
- Pagamento permanece enquanto as condições insalubres persistem.
O que é insalubridade e quem tem direito?
Insalubridade ocorre quando há exposição a agentes físicos, químicos ou biológicos acima dos limites de tolerância. A lei assegura o adicional ao empregado submetido a tais condições, com gradação por intensidade e tempo de exposição. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho publicada no Portal do Planalto, os arts. 189 a 194 tratam do conceito, da exigência de laudo e das hipóteses de cessação do direito.

Graus e percentuais aplicáveis
Graus e valores seguem padrão legal: grau mínimo de 10%, grau médio de 20% e grau máximo de 40%. A definição do grau decorre de avaliação técnica do ambiente de trabalho e das tarefas, realizada por profissional habilitado.
Na prática, a empresa deve manter documentação atualizada que comprove o enquadramento e as medidas de controle adotadas. Quando o risco diminui ou é neutralizado, o adicional pode ser reclassificado ou cessado, desde que essa mudança conste do laudo.
Como a NR-15 comprova a insalubridade no laudo?
A NR-15 lista agentes e atividades e indica limites de tolerância, métodos de avaliação (quantitativos e qualitativos) e critérios de enquadramento por grau. O laudo precisa descrever atividades, rotas de exposição, métodos de medição e conclusão técnica sobre o grau devido. Conforme a Norma Regulamentadora nº 15 disponível no gov.br, os anexos detalham agentes, limites e procedimentos de avaliação.
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Como calcular o adicional na prática?
O cálculo parte do grau indicado no laudo (10%, 20% ou 40%) aplicado sobre a base de cálculo prevista em norma vigente e, quando aplicável, em instrumento coletivo válido. É essencial conferir o documento técnico e o histórico de exposição para evitar pagamentos a menor ou a maior.
Exemplo ilustrativo: se o laudo aponta grau médio (20%) e a base considerada no contrato é R$ 1.500,00, o adicional mensal estimado é R$ 300,00. Se o grau for máximo (40%), o valor estimado passa a R$ 600,00. Ajuste conforme a base efetivamente aplicável ao seu vínculo e às regras vigentes.
- Mantenha o laudo atualizado sempre que houver mudança de processo, layout ou EPIs.
- Revise reflexos em férias, 13º e FGTS conforme a habitualidade da parcela.
- Registre treinamentos, entrega e uso de EPIs para evidenciar controles adotados.
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Documentar e revisar condições reduz custos e evita litígios
Manter avaliação técnica contínua, com medições representativas e registros de controle, sustenta o pagamento correto do adicional e previne autuações. Quando a neutralização do risco é comprovada, a atualização do laudo permite reclassificar ou encerrar a parcela com segurança jurídica.
- Confirme o grau no laudo e atualize-o diante de qualquer mudança operacional.
- Valide a base de cálculo aplicável no seu contrato e em normas coletivas vigentes.
- Guarde relatórios, medições e comprovantes de EPIs para embasar auditorias e perícias.
Os valores apresentados são ilustrativos; consulte o órgão oficial para regras atualizadas.