A CLT surge em 1943 para unificar regras trabalhistas que estavam espalhadas em diversos diplomas desde o início da industrialização brasileira. A Consolidação transforma um conjunto de normas dispersas em um corpo único, com linguagem e estrutura padronizadas. O texto é aprovado por decreto-lei em 1º de maio de 1943 e entra em vigor meses depois, estabelecendo as bases do emprego formal.
- A CLT nasce como compilação oficial de normas já existentes, com ajustes e padronizações
- O decreto-lei é editado em 1º de maio de 1943 e passa a valer em 10 de novembro de 1943
- A Consolidação organiza temas como contrato, jornada, férias, remuneração e organização sindical
O que a CLT é e o que consolida?
A Consolidação das Leis do Trabalho reúne, em um único diploma, normas sobre relações individuais e coletivas de trabalho, padronizando conceitos e procedimentos. Segundo o Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, publicado no Portal do Planalto, a CLT “estatua as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho”. O próprio texto fixa a entrada em vigor para 10 de novembro de 1943, o que marca a consolidação formal das regras.

Por que 1943 marca a consolidação das regras trabalhistas?
Nos anos anteriores, normas trabalhistas surgiram de forma setorial (por exemplo, sobre jornada, descanso semanal e proteção a categorias específicas). Em 1943, o Poder Executivo federal sistematiza esse material e o apresenta em uma estrutura única, facilitando a aplicação pelas empresas, pelos trabalhadores e pelo Estado.
Qual foi o caminho institucional até a CLT?
A criação e organização da Justiça do Trabalho antecedem a Consolidação e dão suporte para sua aplicação prática, ao oferecer um fórum próprio para conflitos trabalhistas. Conforme o Decreto-Lei n.º 1.237, de 2 de maio de 1939, disponível no Portal do Planalto, foi definida a organização desse ramo especializado, que se tornaria fundamental para interpretar e executar a CLT a partir de 1943.
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Quais temas a CLT reúne desde a origem?
Desde o início, a CLT trata de pontos essenciais do vínculo empregatício e da representação coletiva. A Consolidação organiza regras gerais e define conceitos que orientam a aplicação de leis e acordos ao longo do tempo.
- Contratação e registro: requisitos do empregador e do empregado, anotações e documentos;
- Jornada e descansos: duração do trabalho, intervalos, horas extras e repouso;
- Remuneração: salário, adicionais e descontos permitidos;
- Férias: aquisição, concessão e pagamento;
- Segurança e medicina: normas de proteção ao trabalho;
- Organização sindical e negociação coletiva: representação e instrumentos coletivos;
- Processo do trabalho: pilares procedimentais para solução de conflitos.
Ao longo das décadas, a CLT recebeu alterações para acompanhar mudanças econômicas e sociais, mantendo-se como referência do trabalho formal. Órgãos federais atualizam orientações práticas para empresas e trabalhadores em canais oficiais do governo. Segundo páginas institucionais do Governo Federal, a Consolidação segue como a principal base normativa do emprego com carteira.
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O que fica de lição prática para quem trabalha ou emprega hoje?
Para decisões do dia a dia, a CLT continua sendo o primeiro referencial legal do vínculo empregatício, complementada por leis posteriores, acordos e convenções. Conhecer sua origem ajuda a entender por que muitos conceitos — como subordinação, habitualidade, jornada e descanso — permanecem centrais na interpretação atual.
- Reforce a consulta às fontes oficiais da CLT antes de adotar procedimentos internos
- Mapeie regras coletivas aplicáveis ao seu setor (acordos e convenções)
- Adote registros claros de jornada, pagamentos e férias para cumprir a Consolidação