A possível venda da participação da Novonor na Braskem reacendeu o debate sobre os desdobramentos da tragédia ambiental provocada pela extração de sal-gema em Maceió. O senador Renan Calheiros (MDB–AL) se pronunciou sobre o tema, afirmando que a negociação pode abrir uma nova oportunidade de reparação tanto para o Estado quanto para os milhares de moradores afetados.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Renan classificou o avanço das tratativas como uma chance de “renovação de esperanças”, especialmente no que diz respeito à responsabilização da empresa pelos danos causados. “Mais uma vez se fala na venda da Braskem. Esta possibilidade abre novas perspectivas, traz novas esperanças para que a empresa pague o Estado de Alagoas pelos prejuízos causados”, afirmou o parlamentar.
As falas ocorrem em meio às negociações para que o empresário Nelson Tanure assuma o controle da Braskem, movimento que já recebeu sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e conta com apoio da presidência da Petrobras, segunda maior acionista da petroquímica.
Para o senador, a operação só fará sentido se estiver acompanhada de garantias de compensação aos atingidos pela catástrofe geológica, que impactou diretamente mais de 55 mil pessoas na capital alagoana. Ele também voltou a defender a desativação total da planta industrial da Braskem no bairro Pontal da Barra. “A fábrica precisa ser definitivamente removida da península do Pontal da Barra”, disse.
Desde 2018, quando os primeiros relatos de rachaduras e instabilidade do solo surgiram em bairros como Pinheiro, Mutange e Bebedouro, a Braskem passou a ser apontada como responsável pelo colapso geológico que comprometeu a estrutura de cinco regiões de Maceió.
A possível mudança no controle da companhia é vista, por parte da classe política local, como uma janela para pressionar a empresa por novas medidas de reparação. No entanto, até o momento, não há confirmação de que a venda resultará em novos acordos ou desembolsos adicionais voltados à população afetada.