O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos não apresentou variação em junho na comparação com o mês anterior, conforme dados divulgados nesta terça-feira pelo Departamento do Trabalho. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas, que previam um avanço de 0,2%.
Na base anual, o PPI teve alta de 2,3%, ritmo inferior à estimativa de 2,5%. O dado reforça sinais de moderação nas pressões inflacionárias na cadeia de produção norte-americana.
Núcleo do PPI também mostra estabilidade mensal
O núcleo do índice – que desconsidera os preços mais voláteis de alimentos e energia – também não teve alteração em relação a maio. Na comparação com junho de 2024, no entanto, registrou avanço de 2,5%.
Ambos os resultados (do índice cheio e do núcleo) ficaram abaixo das projeções de mercado, indicando que os custos enfrentados pelas empresas estão subindo em ritmo mais controlado.
Impacto nas expectativas sobre a política monetária
A leitura mais fraca do PPI pode influenciar a condução da política monetária pelo Federal Reserve. A desaceleração da inflação ao produtor reduz a pressão por novos aumentos na taxa de juros, especialmente em um cenário em que o banco central já demonstrou preocupação com os efeitos de uma política restritiva prolongada sobre a atividade econômica.
Repercussão nos mercados financeiros
Logo após a divulgação do indicador, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) recuaram levemente, refletindo a expectativa de que o Fed mantenha uma postura mais cautelosa. No Brasil, o mercado futuro de juros acompanhou o movimento externo e desacelerou, ainda que o dólar tenha seguido em alta frente ao real.
O que é o PPI e por que ele importa
O PPI mede a variação dos preços recebidos pelos produtores na venda de seus bens e serviços. Trata-se de um indicador relevante por antecipar possíveis movimentos da inflação ao consumidor. Quando os custos de produção sobem, é comum que parte desses aumentos seja repassada aos consumidores finais.
Além disso, o PPI é observado de perto pelo Federal Reserve, que utiliza uma série de indicadores para calibrar sua política de juros e conter pressões inflacionárias sem prejudicar o crescimento econômico.